Funcionários estão sendo pressionados pelo banco a instalarem WhatsApp Business e Skore, por meio do qual estão recebendo cobranças de gestores, além de ligações e mensagens de clientes fora do expediente; Sindicato reivindica a interrupção das cobranças abusivas e o respeito à jornada de trabalho
Gestores do Santander estão obrigando os bancários a instalarem em seu celulares particulares os aplicativos WhatsApp business, para cobranças e alavancagem de produtos, e o chamado “Skore” ou “Performe-se”, sobre seguros.
Além do assédio para a instalação desses aplicativos, os bancários que já o fizeram reclamam que têm de salvar os telefones dos clientes no seus celulares. Também relatam que muitos clientes não respeitam o horário bancário e ligam ou mandam mensagens fora do expediente, à noite, aos finais de semana e feriados.
Além disso, os bancários têm de usar seus pacotes particulares de dados para serem cobrados por clientes e gestores a todo o momento. Os acordos coletivos de trabalho dos bancários vedam a cobrança por mensagens no telefone particular fora do horário de expediente.
Como o banco demitiu este ano milhares de trabalhadores mesmo durante a pandemia, o que já era ruim se tornou insuportável. Os bancários que já trabalhavam por dois ou três trabalhadores e sofriam assédio para bater metas, agora têm mais metas de aplicativos para dar conta.
Os relatos que chegam ao Sindicato de SP constatam a situação: “Virou um inferno”; “Meta de mensagens das 8h30 às 21h”; “Temos que dar conta de mais e mais atividades” são algumas das críticas dos trabalhadores.
“Isto está adoecendo os bancários, muitos com anos de trabalho no Santander dizem que nunca viram tamanha cobrança com tanto assédio, dizem que não estão aguentando mais trabalhar em um ambiente tão hostil”, ressalta o dirigente sindical e bancário do Santander André Camorozano.
“O Sindicato dos Bancários de SP cobra do Santander a interrupção das cobranças abusivas que estão adoecendo os trabalhadores, e que respeite o cumprimento da jornada de trabalho. Independentemente das ferramentas que os bancários estão utilizando, eles não podem ultrapassar o horário da jornada de trabalho”, afirma o dirigente. (Fonte: Seeb SP)