Banco, que se uniu aos dois maiores rivais em projeto ambiental, realizará uma conferência sobre Amazônia entre os dias 7 e 8 de dezembro (Por Rodrigo Caetano)
O banco Itaú dá a largada nesta segunda-feira, 7, a um evento com o tema Amazônia. Chamado de Conferência Itaú Amazônia, o seminário online irá reunir empresas, ambientalistas e investidores. O objetivo é arrecadar recursos para projetos de desenvolvimento sustentável da Floresta.
A iniciativa vem na esteira de uma série de coalizões empresariais com a finalidade de salvar as florestas brasileiras. Algumas dessas iniciativas surgiram inclusive no mercado financeiro. Em julho, o Itaú uniu esforços com os concorrentes Santander e Bradesco, os três maiores bancos privados do país, para criar um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. O plano apresentado inclui dez medidas sobre conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia, investimento em infraestrutura sustentável e garantia dos direitos básicos da população da região amazônica. As ideias foram apresentadas ao Governo Federal.
Em agosto, os bancos anunciaram a criação de um conselho para apoiar a implementação das dez medidas. Estão no grupo Carlos Nobre, cientista responsável pelo projeto Amazônia 4.0; Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente (2010-2016); Teresa Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira; entre outros.
O grupo será responsável por acompanhar os desdobramentos dos planos e por criar métricas e objetivos alinhados aos desafios locais. As ações — que estão previstas para começar ainda neste ano — serão coordenadas com o governo e implementadas em parceria com as iniciativas públicas.
Entre as ações que fazem parte o plano, estão:
- Estimulo às cadeias sustentáveis na região (cacau, açaí e castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas e/ou ferramentas financeiras e não financeiras
- Viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social (energia, internet, moradia e saneamento) e ambiental (transporte hidroviário)
- Fomento de um mercado de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde
- Atração de investimentos e promoção de parcerias para o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia
- Apoio para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região
“Queremos dar passos concretos para tornar o discurso em realidade. A Amazônia não é um problema. O ato de proteger a Amazônia guarda boa parte das respostas corretas para um mundo que tem dúvidas e incertezas”, afirmou, no dia do anúncio das medidas, Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco.
Para Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, a dimensão do desafio impõe uma atuação firme e veloz a todos os atores. “Com a união de esforços de nossa indústria, conseguiremos fazer ainda mais por essa região, que tem um valor inestimável não só para o país, mas para todo o planeta”, diz.. (Fonte: Exame)