Nesta segunda-feira (21/12) aconteceu reunião especial, em videoconferência, entre a CONTEC e Fenaban para tratar das medidas protetivas de prevenção e combate ao novo coronavírus. Participaram dezenas de diretores de federações e sindicatos sob a coordenação do presidente da CONTEC, Lourenço Ferreira do Prado; e do diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Fenaban, Adauto de Oliveira Duarte.
O coordenador da FENABAN relatou detalhadamente como está o mercado das vacinas preventivas da Covid 19, assim como as tratativas junto aos governos estaduais e federal em busca da imunização de todos os bancários. Em linhas gerais, o quadro apresentado é o seguinte:
1 – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos 165 vacinas contra o COVID 19, que estão sendo desenvolvidas atualmente.
2 – Os estudos mais avançados são quatro: Sputnik V (Rússia) e AstraZeneka (Oxford); Coronavac (Sinovac Chinesa); RHA Mensageiro (Moderna/EUA); e, RHA Mensageiro.
3 – Sputnik V (Rússia) e AstraZeneka (Oxford) – é uma vacina que foi feita a partir de modificação genética para não causar infecções em pessoas. O objetivo da vacina é fazer com que nossas células possam produzir a proteína do coronavírus como forma de ensinar o sistema imunológico a se defender da infecção. Essa vacina foi testada na Inglaterra, Índia, África do Sul e Brasíl, onde 2 mil funcionários da saúde foram voluntários (São Paulo e Rio de Janeiro). A empresa AstraZeneka informou que terá capacidade de fabricar 2 bilhões de doses e já firmou acordos para fornecer 400 milhões delas para o Brasil. No Brasil, a produção das doses será feita pela Fundação FioCruz como parte do acordo federado com o Ministério da Saúde.
4 – Coronavac – é uma vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac. Ela usa cópias inativadas (mortas) do coronavírus para levar o nosso sistema imunológico a produzir anticorpos capazes de neutralizar o vírus. A Sinovac é uma companhia privada com sede em Pequim e que tem experiência na produção de vacinas contra febre aftosa, hepatite e gripe aviária. A tecnologia em teste é considerada segura porque utiliza um vírus inativo, o que é diminui a possibilidade de deixar a pessoa doente. A Sinovac diz ter a expectativa de produzir por ano 100 milhões de doses contra o novo coronavirus. No Brasil, a empresa fez uma parceria com o instituto Butatã, que é ligado ao Governo do Estado de São Paulo. A informação que temos é que a Coronavac poderá estar disponível em janeiro de 2021.
5 – RHA Mensageiro – É uma vacina desenvolvida pela empresa americana Moderna, com técnica inovadora conhecida como RHA Mensageiro. Enquanto uma vacina tradicional usa um vírus inativo ou atenuado (alterados para não ser infecciosos), essa vacina usa um pequeno fragmento do código genético do coronavírus que é injetado no paciente, mas não é capaz de causar uma infecção ou sintomas de Covid 19. No entanto, é suficiente para que nossas células ao absorver esse código genético passem a produzir as proteínas, que existem na superfície do coronavirus, provocando uma resposta do sistema imunológico. O Governo dos EUA aplicou um bilhão de dólares nesta pesquisa.
6 – BIONtet/Pfizair/FOSUN – No final de julho de 2020, a coalizão de empresas por trás dessa vacina anunciou o início dos testes combinados de fase 2 e 3. Ela também usa a técnica de RNA Mensageiro para obter uma resposta imune. A expectativa é que sejam fabricadas mais de 1,3 bilhão de doses até o final de 2021.
Após o detalhamento, o coordenador da Fenaban, Adauto Duarte, informou as negociações constantes que tem feito junto a FioCruz, Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Governo de São Paulo. Inclusive, invocando a prioridade aos bancários, no momento da vacinação, já que a categoria está no grupo de serviços essenciais.
Ele informou ainda que ainda não houve entendimento sobre essa priorização, mas convocou o movimento sindical brasileiro para somar os esforços no sentido de convencer os governos para que os trabalhadores do setor financeiro sejam priorizados nos atendimentos médicos, laboratórios e vacinação.
A comissão CONTEC, de pronto, concordou com a parceria e o coordenador Lourenço Prado disse que todas as entidades entendem que precisam “lutar juntos para conseguir esse atendimento prioritário”.
Reforçou mais que o recrudescimento da Covid – 19 é concreto, o nível de contaminação ainda é muito grande e o medo da pandemia é constante em grande parte da população. Por isso, reiterou a necessidade da atenção dos Bancos na proteção da vida e saúde dos bancários. E concluiu informando que estudos e estatísticas realizadas pelo Data Folha, em 12 de dezembro corrente, constataram que: o nível de isolamento social caiu para o pior nível (apenas 5%), com 54% saindo de casa para trabalhar e 34% saindo apenas quando inevitável, embora o uso de máscara seja de 88% e apenas 8% não a usem; 43% têm muito medo da pandemia, 36% pouco medo e apenas 18% não a teme. A pesquisa registrou ainda que 75% das pessoas passarão o Natal só com os de casa e que 84% não pretendem viajar nas festas de final de ano.
O coordenador da Fenaban, por sua vez, afirmou que os bancos estão retomando todo o rigor com a higienização, assim como o uso do álcool gel, o distanciamento entre pessoas e o trabalho remoto. Sobre exames de PCO, foi proposto a suspensão de todas as avaliações devido ao grande risco de contaminação pelo coronavirus, em hospitais e locais de atendimento à saúde.
Quanto à emissão da CAT, em caso de coronavirus, os Bancos aceitam que esta poderá ser feita por um médico perito.
A reunião foi seguida de muitas informações e se necessário, haverá nova videoconferência ainda em dezembro de 2020 ou para o mês de janeiro, na segunda quinzena.
Foi solicitada urgência na discussão do anexo III e o coordenador da FENABAN confirmou agendar para breve a discussão, durante reunião do GT de Relações Sindicais, na primeira quinzena de janeiro próximo. (FEEB PR)