Por Aline Bronzati
Além do novo conselho de administração ter menos “cara de privado”, a alta cúpula do Banco do Brasil deve passar por mudanças que a levarão à mesma linha. Há a expectativa de que Fausto Ribeiro, nomeado ao comando da instituição no lugar de André Brandão, tome posse hoje, 1º de abril. O ato depende de decreto presidencial, cuja publicação também é esperada para hoje. Caso não aconteça, espera-se a posse na próxima segunda-feira. As mudanças devem ocorrer por vontade não só da futura administração, mas também do próprio governo, que pretende montar uma diretoria com pessoas de sua confiança. Diante disso, os vice-presidentes atuais começaram a se mexer. Se antes alguns cogitavam abandonar o barco, passada a comoção inicial da troca, decidiram esperar o novo presidente. Uma fonte diz que Ribeiro é “bem-intencionado”. Assim, a maioria dos atuais vice-presidentes do BB considera ficar no banco a depender da vontade da nova gestão.
A interação entre os vice-presidentes atuais do BB com Ribeiro já teria iniciado, principalmente com os candidatos a permanecer nos cargos. O objetivo dos vice-presidentes é fazer uma transição “tranquila”, respeitando o banco e seus acionistas, dentre eles, o próprio governo.
Um dos nomes que pode fazer parte da nova diretoria é o do secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto. Ele é cotado para assumir uma vice-presidência, preferencialmente que tenha relações com o governo. Hoje, a atribuição está com a vice-presidência ligada ao agronegócio.
Planalto deve ter mais influência no conselho
Já o futuro conselho de administração do BB terá três novatos com as digitais do Palácio do Planalto, no lugar de indicações do ministério da Economia, como acontece de costume. O secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, assumirá a presidência do colegiado. A nova composição coloca ainda um ponto final na promessa do governo Bolsonaro de ter um conselho com cara de “privado” e “técnico”.
Apesar de dois dos novos membros anunciados pelo governo terem passagens no BB, o novo colegiado foi considerado com pouca experiência no setor bancário. O movimento, segundo fontes, representa ainda “retrocesso” nas regras de governança do conglomerado, uma vez que troca membros com perfil de mercado por integrantes com histórico profissional no universo público. Procurado, o BB não comentou.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 31/03/2021, às 19:13: .
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