Renato Naegele, assessor da Presidência do Banco do Brasil, enfrenta resistências para virar vice-presidente de Agronegócios do banco. Ele foi indicado por Fausto Ribeiro, o novo presidente do BB. – foto Paulinho Costa –
Perante a cúpula do banco, pesa contra Naegele a aparente fragilidade de seu currículo para assumir o cargo de VP.
Há um constrangimento adicional, porém. No começo dos anos 2000, Naegele foi diretor de marketing do BB quando o banco firmou contratos de publicidade com empresas do operador do mensalões petista e tucano, Marcos Valério.
Naegele sempre foi próximo do PSDB. Nos últimos anos, chegou a ter cargo no gabinete do senador Wellington Fagundes, do PL de Valdemar Costa Neto. Também foi diretor na consultoria Macroplan. Em tese, está afastado de cargos executivos no sistema financeiro há mais de cinco anos – o que o proibiria, estatutariamente, de assumir a vice-presidência pretendida.
Investigações criminais e processos administrativos demonstraram que esses contratos foram lesivos ao BB. O TCU chegou a condenar Naegele pelo caso. Mas ele foi absolvido recentemente, em 2019.
Procurado, o Banco do Brasil defendeu o assessor do presidente e candidato a VP. Disse o BB em nota: “Os contratos e aditivos assinados pelo Banco do Brasil com as agências de publicidade no período de gestão do então diretor Renato Naegele foram auditados por órgãos de controle internos, sem que houvesse qualquer apontamento, e também por órgãos de controle externos, sem que fossem constatadas irregularidades ao final dos julgamentos de mérito, todos com trânsito em julgado, ratificando que não há fato ou decisão que desabone a atuação desse profissional. Assim, não existe qualquer restrição à indicação, que observa o estabelecido nos normativos e legislação vigentes: Lei das Sociedades Anônimas, Lei das Estatais e Estatuto Social do BB”. (Fonte: oBastidor)
Foto – Termo aditivo entre BB e agência de Marcos Valério assinado por Naegele
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