Dirigentes sindicais têm apurado, junto aos funcionários do Banco do Brasil, que muitas agências estão operando com correspondentes bancários executando negócios na fila de triagem na sala de autoatendimento e utilizando equipamento do banco internamente para concluir os negócios, desrespeitando uma decisão do próprio sistema financeiro oriunda do Banco Central.
“Infelizmente, no desgoverno Bolsonaro, além da tristeza do aumento do risco de contaminação comunitária e o estimulo à imunização de rebanho, o governo ainda promove a precarização do trabalho bancário com terceirização fraudulenta”, protesta o dirigente sindical e bancário do Banco do Brasil João Maia.
Além disto, em agências da cidade de São Paulo estão contratando trabalhadores terceirizados pra fazer triagem na fila da sala de autoatendimento, o que pode resultar em pressão para oferta de produtos e serviços, caracterizando fraude por desvio de função e precarização de direitos.
Para piorar, estes colegas não recebem da empresa equipamentos de proteção individual contra o coronavírus, e tampouco são contemplados pelos protocolos internos de prevenção. Mas, por outro lado, podem fornecer negócios para o banco.
“Portanto, são tratados como funcionários de segunda classe, com menores salários e menos benefícios. Uma comunidade de castas nas agências do BB. Repudiamos essa prática ignóbil”, afirma o dirigente sindical e bancário do Banco do Brasil Leonardo Diniz
O Sindicato de SP também apurou que, na pandemia, muitas agências do BB em São Paulo operam com dois ou três funcionários no atendimento presencial. E apesar disso, o Banco do Brasil criou plano de demissão pra expurgar mais de 5 mil funcionários, mesmo tendo apresentado lucro de aproximadamente R$ 14 bilhões em 2020.
Para completar, há o notório descaso em não incluir os bancários como prioridade no Plano Nacional de Imunização, apesar de o governo federal ter decretado o serviço bancário essencial. “O desgoverno Bolsonaro não demonstra ter o menor interesse em abrir concurso de admissão no BB para atendimento nas agências, reivindicação enfática e permanente do movimento sindical bancário, desde sempre”, enfatiza João Maia.
Recentemente, houve o chamado “encontro de líderes” no BB, para motivar a tropa nas diversas áreas de varejo, atacado e operacional.
“Mas parece que líderes sem visão estão firmes e fortes na destruição da empresa. A pressão pelo cumprimento de metas é tão absurda que há casos de agências que abriram suas portas sem que os vigilantes estivessem devidamente equipados, aumentando o risco de insegurança para os funcionários e clientes”, denuncia João Maia.
Esta situação foi denunciada pelo Sindicato na Superintendência, Gestão de Pessoas e Gestão de Segurança em São Paulo.
“É preciso, mais que urgentemente, preencher a falta de funcionários com concurso de ingresso no BB e rechaçar a terceirização irresponsável. Todos que trabalham em banco, são bancários e devem ter os mesmos benefícios e direitos, inclusive com treinamento adequado” afirma Leonardo Diniz.
Fonte: Seeb SP (FEEB SC)