Empregados da Caixa voltaram a relatar que estão sofrendo pressão para a comercialização das ações da Caixa Seguridade nas agências bancárias, de forma indiscriminada. Em abril, asjas Entidades Sindicais denunciaram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por irregularidades na venda de ações na IPO da Caixa Seguridade, por descumprimento de duas das instruções da Comissão (539 e 400).
“A direção da Caixa cometeu irregularidades quando cobrou de forma abusiva que seus funcionários vendessem ações da IPO sem uma preparação e determinação de quem efetivamente poderia vender os papéis. Na ocasião, a Caixa determinou que a venda dessas ações fosse a principal meta das agências. Outra irregularidade foi obrigar os empregados a oferecer as ações para todos os clientes do banco, quando apenas 10% deles estariam qualificados para a compra. Agora voltamos a receber denúncias de pressão por venda indiscriminada do produto. Ou seja, novamente o presidente do banco, Pedro Guimarães, está forçando os bancários e comercializarem indiscriminadamente essas ações, oferecendo a quem não tem o perfil de comprador, por não ter condição financeira para isso ou por não ter perfil de investidor a médio e longo prazos”, informa Dionísio Reis, dirigente do Sindicato e bancário da Caixa.
O dirigente destaca ainda que houve pressão inclusive para que os próprios empregados comprassem. E para que isso se concretizasse, o presidente da Caixa chegou a autorizar a antecipação de salários dos bancários. Tanto que Pedro Guimarães comemorou, em discurso na Bovespa, que 55 mil empregados da Caixa haviam adquirido ações da Caixa Seguridade.
Dionísio destaca que a compra e venda da ações pelos próprios empregados têm sido um fator determinante no preço dessas ações. “Como esses empregados de fato não tinham perfil de investidores, o que aconteceu foi que, quando as ações alcançaram um alto valor, chegando a 13,41 no dia 28 de junho, eles começaram a se livrar delas, vendendo as ações que haviam comprado. Inundando o mercado de papéis da Caixa Seguridade e desvalorizando as ações para os demais acionistas. Na semana passada, voltaram a crescer as denúncias dos bancários de que estariam novamente sendo pressionados, com acusações em live de terem vendido as ações que compraram, e com redirecionamento nas metas num momento de grande cobrança dos empregados quanto ao crédito pelo Pronampe. Não foi uma coincidência as ações terem seu menor valor, chegando a 10,33, no dia 19 de julho, quando os empregados voltaram a denunciar abusos”, conta Dionísio.
O dirigente ressalta que a abertura de capital da Caixa Seguridade foi o principal passo no sentido de privatizar o banco público aos pedaços. “Este governo ultraliberal, entreguista e antidemocrático conseguiu, com a abertura da Caixa Seguridade, vender uma fatia do banco público que é tão importante para o país. Mas continuamos mobilizados na luta contra a privatização da Caixa e, para isso, a participação e união dos empregados, junto a seus sindicatos, é fundamental. Estamos aguardando o resultado da denúncia que fizemos junto à CVM, é importante que a Comissão de Valores Mobiliários tome providências diante das irregularidades que relatamos. Mas paralelamente a isso, é fundamental que os bancários continuem denunciando a pressão e o assédio que estão sofrendo para comercializar as ações. Mande o seu relato ao Sindicato.
Fonte: SP Bancários (FEEB SC)