Empregados da Caixa Federal de várias unidades instaladas no país denunciam que chefias pressionam para venda de seguro prestamista antes mesmo da liberação do crédito ao cliente. O citado seguro garante o pagamento do empréstimo em caso de morte ou invalidez total.
A venda antecipada do seguro, como quer as chefias, é puro assédio moral com graves consequências aos empregados. Vejamos. Caso ocorra algum problema no processo e o crédito não seja liberado, o cliente certamente irá reclamar. O que pode resultar em penalidades previstas no normativo denominado CR 444 000, que trata do Programa de Incentivo às Práticas de Vendas Qualificadas (PQV).
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE), inclusive, reivindicou à Caixa Federal a revogação do PQV, que é arbitrário, punitivo e introduziu o conceito de “falha comportamental”, que pode ser apontada e corrigida por procedimento correcional ou instauração de processo administrativo.
O que é preocupante. Afinal, em decorrência da “falha comportamental” ou “baixo desempenho” entra em cena o substituto do MO chamado “apontamento de condutas”, instrumento utilizado para descomissionar por justo motivo, sem direito à incorporação de função. E tem mais: diante do tribunal PQV o empregado não tem oportunidade de apresentar esclarecimentos ou mesmo sua defesa.
Para o diretor do Sindicato e representante da Federação dos Bancários de SP e MS na CEE, Carlos Augusto Silva (Pipoca), “os empregados estão emparedados entre as metas abusivas e a cobrança totalmente desproporcional de conformidade. Os apontamentos são realizados e as pessoas não têm o direito à defesa, trata-se de um verdadeiro tribunal de exceção.”
A CEE orienta que os empregados não façam esse tipo de operação e denuncie aos sindicatos.
Fonte: Apcef-SP (FEEB SC)