De acordo com a PF, os levantamentos iniciais confirmaram um desvio de R$ 140 mil. No entanto, estima-se que os valores totais possam alcançar R$ 1 milhão.
Um funcionário da Caixa Econômica Federal foi preso nesta sexta-feira (22), no Espírito Santo, suspeito de participar de um esquema de fraudes envolvendo recursos do auxílio emergencial.
Ele foi detido pela Polícia Federal dentro da agência onde trabalha. A PF, no entanto, não informou em qual município o fato ocorreu. Ainda de acordo com a polícia, o funcionário foi preso em flagrante quando praticava o crime.
A Coordenação Nacional de Segurança e Fraude da Caixa percebeu a atividade suspeita e alertou a PF. Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários foram até o local e constataram o crime.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, o funcionário foi preso no momento em que alterava dados cadastrais de clientes que se beneficiariam com o auxílio emergencial.
“No momento em que ele fazia essa alteração, policiais federais, que receberam a informação por parte da própria Caixa, efetuaram essa prisão”, destacou.
Desvios feitos pelo funcionário da Caixa podem chegar a R$ 1 milhão
De acordo com a Polícia Federal, os levantamentos iniciais confirmaram um desvio de R$ 140 mil. No entanto, estima-se que os valores totais possam alcançar R$ 1 milhão.
A fraude, segundo a polícia, consistia na alteração de dados cadastrais dos reais beneficiários, para que outras pessoas pudessem receber indevidamente os valores do auxílio emergencial.
O funcionário da Caixa era informado sobre os beneficiários que deveriam ter seus dados alterados, como telefone e e-mail. Isso permitia que, depois, os fraudadores tivessem acesso aos valores.
De acordo com a PF, o suspeito recebia uma lista de CPFs, verificava as contas vinculadas com saldo do auxílio emergencial, alterava as senhas e repassava as novas senhas para quem lhe enviava os CPFs.
Essa pessoa, por sua vez, transferia os valores para contas de “laranjas”. Segundo a polícia, um percentual das parcelas do auxílio emergencial era devolvido ao funcionário do banco.
Entenda o esquema: Foto: Reprodução
Suspeito confessou que cometia o crime desde o ano passado
Levado para a sede da Polícia Federal, o homem informou que foi aliciado por meio de mensagens eletrônicas, mas que não conhecia o aliciador. Ele confessou também que vinha realizando as fraudes desde o fim do ano passado.
O suspeito, segundo a PF, poderá ser responsabilizado, inicialmente, pelo crime de Peculato (Art. 312 do Código Penal) e Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Informações (Art. 313-A do Código Penal), com uma pena que pode chegar a 24 anos de prisão.
O auxílio emergencial é um benefício financeiro destinado pelo governo federal aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. O objetivo é fornecer proteção emergencial a essas pessoas no período de enfrentamento à pandemia do coronavírus.
Fonte: Folha de Vitória (FEEB SC)