Mesmo com diversas agências fechadas para sanitização ou desfalcadas com o afastamento de bancários por covid-19 ou influenza (H3N2), o Bradesco está triplicando e em alguns casos quadruplicando metas de vendas.
“Bancários estão pedindo nosso socorro, pois, com a diminuição do número de funcionários devido ao aumento de casos positivos para covid ou H3N2 e com o aumento do número de fechamento de agências em obediência ao protocolo covid, está praticamente impossível entregar os resultados exigidos!”, destaca a dirigente do Sindicato Fernanda Reis, bancária do Bradesco.
Os trabalhadores contaram ao Sindicato que as cobranças por mensagens, vídeos, e-mails e telefonemas estão sendo feitas o dia todo e inclusive nos horários fora do expediente bancário.
“Segundo os relatos dos bancários, seus superiores teriam argumentado que o aumento das metas era para compensar as metas não realizadas no ano anterior e ainda antecipar as metas do ano de 2022. Mas o banco parece não lembrar que no ano passado vivemos o pior momento da pandemia no Brasil, com recordes nos números de mortes. O banco parece não lembrar também que, com a chegada da variante Ômicron, o número de contaminações por covid voltou a bater recordes nesse início de ano”, ressalta Fernanda.
“Outra coisa que o banco parece esquecer é que as demissões e fechamento de agências também não cessaram durante a pandemia, o que também impacta na entrega dos resultados”, acrescenta a dirigente.
De março de 2020, quando começou a pandemia, até setembro de 2021, o Bradesco extinguiu 9.498 postos de trabalho, segundo o último balanço divulgado pelo banco.
A dirigente ressalta ainda que o movimento sindical bancários cobrou, na última mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), no dia 18 de janeiro, a suspensão das demissões durante a pandemia e das metas abusivas.
Sindicato tomará providências
A dirigente Fernanda Reis informa que o Sindicato já entrou em contato com o banco cobrando o fim das metas abusivas. “Cobramos esclarecimentos do banco e deixamos claro que essa cobrança abusiva, num momento crítico como este, é desumana e irresponsável.”
Ela orienta ainda que os bancários continuem denunciando ao Sindicato as metas abusivas, assédios e demais problemas. O sigilo dos denunciantes é garantido.
O dirigente ressalta que o Sindicato está lutando pela continuidade e ampliação do teletrabalho na pandemia, e orienta os bancários a continuarem denunciando à entidade os desrespeitos do banco ao protocolo covid. O sigilo do denunciante é garantido.
Fonte: Seeb/SP (FEEB SC)