A inflação continua subindo e dificultando ainda mais as negociações coletivas. Como resultado, os acordos salariais têm mantido a tendência de ficar abaixo da inflação em 2022. De acordo com o Dieese, de 119 reajustes com data-base em fevereiro, 60,5% ficaram abaixo da variação acumulada do INPC-IBGE, outros 15,1% tiveram índice equivalente ao da inflação e 24,4% conseguiram aumento real.
Já a variação real (média dos reajustes após descontada a inflação) segue negativa. Em fevereiro, ficou em -0,98%.
O Dieese aponta um “agravamento do quadro” após ligeira melhora em janeiro. O reajuste necessário para acordos com data-base em março subiu para 10,80%, ante 10,60% no mês anterior e 10,16% no primeiro mês de 2022. “A situação tende a piorar nos próximos meses, em função do impacto da guerra na Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da alimentação”, alerta o instituto.
Com data base em 1º de setembro, os bancários devem se preparar para os desafios da campanha nacional 2022, que sofrerá com os impactos da inflação alta e também da disputa política gerada pelas eleições 2022, uma vez que os bancos públicos participam da mesa unificada de negociação.
A inflação não deveria ser problema para a categoria, já que os bancos continuam lucrando alto em qualquer circunstância e são os principais beneficiados pelo aumento das taxas de juros, prática adotada pelo Banco Central para tentar conter os preços. No entanto, os trabalhadores sabem que os banqueiros vão tentar usar esta desculpa para não conceder um reajuste justo, como aconteceu em outros momentos.
A única forma de garantir um acordo acima da inflação é fazer uma grande mobilização, com participação massiva dos bancários.
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