Os dois maiores bancos privados do país continuam com os lucros em alta e às custas do fechamento de agências físicas, demissões e aumento de tarifas e juros. Perdem os clientes, os bancários e a sociedade. Ganham os banqueiros.
O Bradesco, por exemplo, lucrou R$ 7,009 bilhões, no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2021.
Para o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Leuver Ludoff, este lucro exorbitante foi obtido através da exploração de clientes e bancários.
“O banco continua demitindo em massa, fechando agências e empurrando clientes para trabalhar de graça nos aplicativos e caixas de autoatendimento. O corte injustificado nos custos não é repassado através da redução das tarifas, ao contrário, fica com o próprio banco que ainda cobra para a pessoa ter uma conta corrente onde deixa seu dinheiro, a custo zero, para ser emprestado a juros absurdamente altos”, constatou.
Fechamento de agências
Mesmo com esse exorbitante resultado, o grupo Bradesco encerrou março de 2022 com 87.488 empregados, tendo fechado 1.199 postos de trabalho em doze meses. No mesmo período, foram eliminadas 364 agências.
“O assédio moral associado a sobrecarga de trabalho tem aumentado o número de adoecimentos. A sociedade tem que saber do que é capaz de fazer o banco para alcançar lucros ainda maiores”, destaca o diretor da Secretaria de Bancos Privados, Geraldo Ferraz.
Itaú lucra ainda mais
O Itaú superou o Bradesco no resultado do primeiro trimestre. O grupo da família Setúbal lucrou R$7,361 bilhões, elevando as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias, que cresceu 11,8% em doze meses e o fechamento de 207 agências físicas.
Fonte : Seeb/Rio (FEEB SC)