Depois de pressionar por adesão a um programa ruim, desvantajoso para os bancários, banco agora vai para cima de quem optou por continuar trabalhando
Um Programa de Demissão Voluntária (PDV), como o próprio nome sugere, deveria ter sua adesão a partir da livre vontade do trabalhador. Mas isso não ocorre no Itaú. Após a baixa procura para aderir ao programa – a maioria dos bancários elegíveis considerou a proposta nada atrativa – os funcionários começaram a ser pressionados e moralmente assediados para aderirem “na marra” e aceitarem o acordo de demissão. Teve de tudo, até mensagens enviadas por SMS, email e gestores que chegaram ao ponto de transferir empregados para unidades distantes como um recado por eles não terem aderido.
Como se não bastasse a pressão feita desde o início, o Itaú rompe o contrato, assediando agora os que não aderiram ao PDV, cerceando, mais uma vez, a livre vontade do trabalhador.
“A gente sabe que não houve um PDV, mas um PDI, Programa de Demissão Imposta. Agora a direção do banco está literalmente indo para cima de quem não aderiu a este programa que era absolutamente prejudicial aos bancários”, disse a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel.
Caráter discriminatório
As dispensas promovidas agora, após forte assédio, têm natureza discriminatória contra quem optou por continuar trabalhando.
“O banco está usando uma nova estratégia, demitindo aos poucos para despistar o aspecto discriminatório contra os funcionários que não aderiram. A maioria dos dispensados é composta por empregados com mais tempo de serviço, mas sem nenhum tipo de estabilidade e que entraram em licença, adoecidos com problemas psíquicos ou Ler/Dorts causados pela própria prática de pressão do Itaú em função de suas metas desumanas. É preciso ficar atento porque o banco quer arrumar qualquer desculpa para demitir. Os bancários que se sentirem assediados devem procurar imediatamente o Sindicato”, disse a diretora da Secretaria da Mulher da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro), Paula Rodrigues.
A dispensa promovida agora, após forte assédio, tem natureza discriminatória contra quem não quis aderir ao PDV.
Fonte: Seeb/Rio (FEEB SC)