O valor anual da remuneração dos executivos dos maiores bancos tem previsão de ultrapassar R$ 8,9 milhões em 2022. A soma é 132 vezes maior que o salário anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). E eles ainda querem diminuir salários e PLRs dos funcionários.
A remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos têm previsão de atingir R$ 8,9 milhões ou mais por diretor (a) em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021. Esse total é 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). Acúmulo de renda com abismo social!
Executivos querem diminuir PLR dos bancários
Contra os trabalhadores, na mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ontem quarta-feira 24, na 15ª rodada da Campanha Nacional dos Bancários 2022, os bancos propuseram reajuste de 6,73% nos valores fixos da PLR, o que corresponde a apenas 75,7% do INPC, com perda de 1,97% para os trabalhadores (considerando a estimativa da inflação de 8,88% em 31 de agosto).
A Fenaban propôs ainda excluir da CCT a regra de não compensação dos programas próprios na parcela adicional da PLR – ou seja, o que cada banco paga como programa próprio seria reduzido dessa parcela da PLR/CCT.
PLR é fatia cada vez menor do lucro
Desde 1997, a PLR do cargo de caixa teve aumento real de 126%, enquanto o crescimento real do lucro dos bancos, no mesmo período, foi de 359%, ou seja, 2,85 vezes mais do que o valor da PLR.
A fatia do lucro distribuída aos trabalhadores foi caindo ao longo dos anos, apesar de novas conquistas como os reajustes nos valores, mudanças nos parâmetros e introdução da parcela adicional.
Em 1995, quando a PLR foi clausulada na CCT dos bancários, os grandes bancos distribuíam cerca de 14% dos seus lucros, mas em 2021, os três maiores bancos privados distribuíram em média apenas 6,67% de seus lucros. Com a proposta desta quinta, a distribuição cairia ainda mais, para 6,49%, sendo que a distribuição da regra básica está inferior a 5% e da parcela adicional próxima de 1,6%, portanto muito abaixo dos 2,2% previstos na CCT.
Na pauta apresentada aos bancos, a categoria reivindica para a parcela adicional da PLR 3 salários-base, reajustados pelo INPC mais aumento real de 5%. A Fenaban está oferecendo apenas 40% do que os trabalhadores reivindicam.
Fonte : Seeb/Bahia (FEEB SC)