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Bancos eliminam empregos pelo quarto mês consecutivo

O setor mais lucrativo da economia vem aumentando a crise econômica e social com demissões. Utiliza a terceirização como receita para sua ganância por lucros e precariza o trabalho. A falta de investimentos na produção de riquezas à nação aliada a cobrança das maiores taxas de juros do mundo vem paralisando outros setores produtivos, como a indústria, acarretando mais miséria e desemprego

De acordo com o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), com base na PNAD Contínua, o setor bancário eliminou postos de trabalho pelo quarto mês consecutivo. Em janeiro, os bancos tiveram saldo negativo de 319 vagas, resultado de 3.145 admissões e 3.464 desligamentos no mês. Entre outubro de 2022 e janeiro deste ano, o setor já acumula o fechamento de 889 postos de trabalho.

O saldo negativo de empregos no setor bancário vai na contramão do ramo financeiro como um todo que, excluindo os bancos, teve saldo positivo de 1.604 postos de trabalho em janeiro.

Apesar do saldo negativo de contratações nos bancos entre outubro de 2022 e janeiro deste ano, no acumulado dos últimos 12 meses (Jan/22 a Jan/23) o saldo de empregos no setor bancário ainda se mantém positivo, com a criação de 1.399 vagas, resultado de contratações pela Caixa no ano passado, unicamente decorrentes da luta sindical na justiça pela convocação dos aprovados em concurso de 2014, para diminuir a pressão por falta de funcionários.

” Os principais bancos do Brasil (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander Brasil) lucraram R$ 96,2 bilhões em 2022. O valor corresponde a uma alta nominal de 6,3% em relação ao ano anterior, quando somou R$ 90,5 bilhões. O setor mais lucrativo da economia vem aumentando a crise econômica e social com demissões e precariza o trabalho com a terceirização. A ganância por lucros, a falta de investimentos na produção de riquezas à nação aliadas à cobrança das maiores taxas de juros do mundo vem paralisando outros setores produtivos como a indústria acarretando mais miséria e desemprego”, argumenta Eneida Koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancária do BB.

“Os bancos não têm nenhuma justificativa para não contratar e sobrecarregar os funcionários com metas impossíveis”, finaliza.

Das 27 unidades da federação, apenas cinco registraram saldo positivo de postos de trabalho: São Paulo (+77 postos), Sergipe (+12 postos), Pará (+5 postos), Amapá (+ 1 posto) e Tocantins (+ 1 posto).

Rotatividade

O salário mensal médio de um bancário admitido em janeiro alcançou o valor de R$ 6.395,43, enquanto o do desligado foi de R$ 7.214,62. Ou seja, o salário médio do admitido correspondeu a 88,6% do desligado.

Terceirização

A terceirização também é um fator que impacta negativamente o emprego no setor bancário, uma vez que os bancos utilizam esta modalidade de trabalho precarizada para cortar custos, retirar funcionários da categoria bancária e desmobilizar a organização dos trabalhadores. O Santander terceirizou áreas inteiras, por exemplo. “Isso é virar de costas para o país em que mais dá lucro ao conglomerado mundial financeiro do banco espanhol”, ressalta Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.

Faixa etária e sexo

No que se refere ao recorte de gênero, o saldo negativo de postos de trabalho nos bancos se deu, predominantemente, entre mulheres. Nas admissões, as mulheres representaram 46% das contratações, enquanto nos desligamentos correspondem a 51%. O resultado é um saldo negativo de 5 postos de trabalho entre homens, número que salta para 314 entre as mulheres.

Em relação ao recorte por faixa etária, observa-se salda positivo de postos de trabalho entre as faixas de 18 até 29 anos, com ampliação de 811 vagas. Já para as faixas etárias superiores é constatado movimento contrário, com o fechamento de 1.111 vagas.

Emprego no Brasil

Em janeiro, o Brasil registrou saldo positivo de empregos celetistas, com a criação de 83.297 postos de trabalho. Os dados registraram saldo positivo no nível de emprego em quatro dos cinco Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+40.686 postos); Construção (+38.965 postos); Indústria geral (+34.023 postos), principalmente na Indústria de Transformação (+33.738 postos); Agropecuária (+23.147 postos); e Comércio (-53.524 postos).

Fonte: Poder 360 (FEEB SC)