O Itaú Unibanco teve um lucro líquido recorrente de R$ 9,04 bilhões no terceiro trimestre de 2023. O número representa um crescimento de 11,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (6).
O resultado veio levemente acima da média de expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 8,9 bilhões. Já na comparação com o segundo trimestre de 2023, o resultado é 3,4% maior.
O ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado), que indica a rentabilidade da operação, manteve o ritmo de melhora dos trimestres anteriores e foi de 21% para 21,1%.
Segundo o banco, os fatores que mais pesaram para o resultado são o aumento da margem financeira com clientes, que somou R$ 25,6 bilhões no período, ante R$ 24,9 bilhões no trimestre anterior.
Esse crescimento foi impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, e o aumento das receitas com serviços e seguros.
A carteira de crédito total cresceu 4,7% ante o terceiro trimestre de 2022, atingindo R$ 1,16 trilhão em setembro de 2023. Em relação ao segundo trimestre deste ano, a alta foi de 1%.
Para pessoas físicas, o crédito pessoal foi o que mais cresceu na comparação anualizada (17,9%), seguido do crédito imobiliário (12,1%) e veículos (3,1%).
Já a parte de serviços e seguros cresceu 5,2% em relação ao mesmo período de 2022, com o aumento no faturamento de cartões —tanto em emissão quanto em adquirência—, de administração de consórcios, das operações de banco de investimento e dos prêmios ganhos em seguros, o que contribuiu para o crescimento de 19% do segmento.
O custo do crédito totalizou R$ 9,263 bilhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 15,9% quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, com uma maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa no Brasil. Já a inadimplência no Brasil se manteve em 3,5%.
A despesa operacional contábil caiu de R$ 20,4 bilhões no segundo trimestre para R$ 20 bilhões no terceiro trimestre. Nesse intervalo, o banco reduziu seu quadro de funcionários. Eram 99.864 ao fim de junho. Ficaram 97.486 em setembro.
A venda do Itaú Argentina foi responsável por mais da metade desta redução, cortando 1,5 mil colaboradores do banco.
O maior impacto do fim da operação no país vizinho é na margem financeira com o mercado, que é o lucro do banco com as suas operações de tesouraria. Do segundo para o terceiro trimestre, essa métrica caiu de R$ 1 bilhão para R$ 715 milhões.
Sem Argentina, o Itaú recalibrou suas estimativas para o ano. A margem financeira com o mercado deve gerar R$ 400 milhões a menos, ficando entre R$ 1,6 bilhão a R$ 3,6 bilhões em 2023 como um todo.
“Nesse trimestre, reafirmamos nossa trajetória de crescimento sustentável, atingindo 21,1% de rentabilidade, suportados pelo crescimento das nossas receitas e da nossa carteira de crédito. Nossos índices de atraso se mantêm estáveis, o custo do crédito diminuiu e atingimos 39,8% de índice de eficiência nos últimos nove meses, melhor nível da história do Itaú Unibanco”, disse Alexsandro Broedel, diretor financeiro do Itaú Unibanco, no balanço.
Fonte: Folha de S. Paulo
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