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CAIXA EXIGE ‘TERMO DE ACEITE’ MAS NÃO DÁ CONDIÇÕES PARA CUMPRI-LO

Não bastasse a sobrecarga diária nas agências da Caixa, os empregados e empregadas agora estão enfrentando problemas no atendimento de usuários do aplicativo Caixa Tem.

Muitos deles têm dificuldades com o uso da tecnologia e por isso não têm conseguido gerar o código de autorização de saques pelo app. Assim, pedem auxílio aos empregados, que liberam o saque pelas agências. Acontece que esse processo demanda que o bancário faça a digitalização dos documentos do cliente, o que gera outro entrave: o sistema de digitalização do banco está lento e resulta em erro no upload do documento, não finalizando o processo ou gerando várias tentativas até que se complete.

Para piorar a situação, desde esta segunda-feira 11, a Caixa instituiu um Termo de Aceite de Responsabilidade, que deve ser assinado pelo empregado antes de liberar o saque, declarando que houve a digitalização dos documentos de identificação e da assinatura do usuário – o que por conta da lentidão do sistema demanda tempo excessivo, muitas vezes impedindo que seja realizado antes da assinatura do Termo – e, num segundo campo, declarando saber que, caso isso não tenha sido cumprido, está sujeito à apuração de responsabilidade.

Pressão constante
E os empregados em agências lotadas, com poucos funcionários e com o sistema lento e ineficiente sentem-se ainda mais pressionados. “Muitas vezes não há scanners suficientes para atender a demanda, e os trabalhadores ficam duplamente pressionados: pela empresa, que não dá condições de trabalho e ainda os ameaça com processos disciplinares, e pela população, que tem de esperar ainda mais tempo para o atendimento, gerando riscos inclusive de agressões, como infelizmente tantas vezes já acompanhamos”, resume Luiza Hansen, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

A dirigente ressalta que a crítica não é sobre os procedimentos de segurança adotados pelo banco: “Não é errado a empresa exigir procedimentos de segurança para evitar fraudes e resguardar o patrimônio, que é público inclusive. Mas para isso é preciso que haja condições de serem cumpridos.”

Luiza destaca ainda que a falta de empregados voltados para o atendimento ao público é outro grave problema. “A Caixa é um banco público, que lida com programas sociais e presta um atendimento importante para a parcela da população menos favorecida, excluída dos demais bancos. Esse é um papel fundamental da instituição, mas precisa de mais pessoal voltado para o atendimento ao público, já que muitos empregados das agencias não atendem a população porque precisam bater as metas abusivas do Conquiste”, denuncia a dirigente.

“Sem dúvida nenhuma, a realidade do dia a dia das agências não foi levado em conta quando se estipulou um termo de aceite que transfere a responsabilidade para o empregado já muito sobrecarregado nas unidades lotadas do banco, e sem fornecer com isso as condições mínimas para que esse termo possa ser cumprido”, finaliza. (Fonte: Seeb SP)

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