Com a revelação, em janeiro de 2023, de uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras, e a desconfiança em relação ao futuro, as vendas da Americanas caíram 51,1% em um ano (Por Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior)
A Americanas anunciou nesta segunda-feira, 26, os esperados números de 2023 da rede de varejo, após dois adiamentos. Nos nove primeiros meses de 2023, a Americanas acumulou prejuízo de R$ 4,611 bilhões. No terceiro trimestre, a receita líquida somou R$ 3,261 bilhões, baixa de 39,2% ante igual período de 2022. No acumulado de nove meses, a receita ficou em R$ 10,293 bilhões, queda de 45%.
“O ano de 2023 foi, sem dúvida, o mais desafiador da história da Americanas, não só pela magnitude da fraude revelada, mas pela necessidade de reconstrução que se apresentou”, diz a administração da rede de varejo no balanço.
A empresa anunciou prejuízo de R$ 1,621 bilhão no terceiro trimestre, 17,8% menor do que a perda de R$ 1,972 bilhão um ano antes, número já corrigido em relação aos R$ 212 milhões de prejuízo que originalmente a empresa tinha anunciado.
O Ebitda (lucro antes dos impostos, juros e amortizações) ficou negativo em R$ 1,559 bilhão nos nove primeiros meses de 2023, perda 21,3% maior em um ano.
Com a descoberta do rombo, e a desconfiança em relação ao futuro da rede de varejo, as vendas da empresa, uma das maiores do Brasil, caíram. A venda bruta (GMV) foi de R$ 16,059 bilhões nos nove meses de 2023, queda de 51,1% em um ano.
Dívidas em alta
Um dos números mais esperados pelos analistas é o do endividamento da rede de varejo. No encerramento do terceiro trimestre de 2023, as dívidas líquidas somaram R$ 33,443 bilhões, um aumento de 10,6% na comparação com setembro de 2022. A dívida bruta somou R$ 38 bilhões. O endividamento, ainda em patamares altos, tem tendência de “relevante redução” com a execução do Plano de Recuperação Judicial, afirma a Americanas.
O caixa da empresa, que chegou quase a zerar logo depois da descoberta do rombo, encerrou setembro em R$ 4,929 bilhões, baixa de 49,5% em 12 meses.
“Hoje já podemos dizer que superamos a fase mais crítica pela qual a Americanas passou”, afirma o comando da Americanas no balanço. (Fonte: Estadão)
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