Nesta sexta-feira (20/11), é comemorado nacionalmente o Dia da Consciência Negra. Em alguns estados, a data é feriado local e, se trata de uma homenagem a Zumbi dos Palmares. Líder escravo do Quilombo dos Palmares, ele lutou contra a escravidão de homens e mulheres afrodescententes e por isto é tido como uma referência na luta contra o racismo e a discriminação entre raças.
Por meio de Zumbi e da luta que ele travou no Brasil pela abolição, liberdade e igualdade entre as raças, é que devemos pensar o Dia da Consciência Negra. É momento de refletir sobre o relevo da cultura e do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da cultura brasileira.
Sociologia, política, religião e gastronomia entre várias outras áreas, foram profundamente influenciadas pelas culturas negra e africanas. É dia de comemorar e mostrar profundo apreço pela cultura afro-brasileira. Mas também é momento de falarmos sobre crimes, que marcam a vida de muitas brasileiras e brasileiros: o racismo e a injúria racial.
É uma história antiga, mas que infelizmente ainda deixou traços de injustiça no Brasil. Um total estimado em 4,5 milhões de negros escravizados em 350 anos fez do Brasil o maior território escravagista do Ocidente. As cicatrizes desse passado jamais serão apagadas, mas felizmente, por meio de leis e da pressão de movimentos populares, a história da cultura negra vem sendo aos poucos resgatada.
Alguns indicativos podem nos ajudar a entender o problema do racismo no Brasil, já que inúmeras pesquisas a respeito disso tem sido realizadas nos últimos anos. Em um levantamento realizado após as eleições de 2018, somente 4% dos políticos eleitos para o Legislativo autodeclaram-se negros. A pesquisa indicou que, entre deputados distritais, estaduais, federais e senadores, somente 65 dos 1626 eleitos declaravam-se negros.
Outros dados apontam que cerca de 56% da população autodeclara-se negra (pretos ou pardos), mas, entre os mais ricos, os negros representam somente 17,8%. Em contrapartida, os negros representam 75% dos mais pobres, além de corresponderem à maioria dos presos no Brasil: 65% .
Além disso, os negros são mais condenados que os brancos quando são processados por posse de drogas. No entanto, paradoxalmente, eles são apreendidos com doses menores de substâncias ilícitas em relação a condenados brancos. Não só a justiça demonstra ser mais rigorosa contra os negros, mas a polícia também, uma vez que 76% dos mortos pela polícia são negros.
Também é válido mencionar que, no mercado de trabalho, os negros também sofrem com o preconceito, pois, recebem, em média, 1,2 mil reais a menos em comparação com os trabalhadores brancos. Até no desemprego, os negros sofrem mais, uma vez que mais de 60% dos desempregados são negros.
Diante dessa triste realidade, temos de nos unir em torno da luta para conscientizar a população sobre a necessidade de se combater todas as formas de discriminação. O Brasil é um país plural, diverso, amplo e democrático. SÓ A UNIÃO VAI FORTALECER ESSAS CARACTERÍSTICAS.
Fonte: UOL, TERRA e site Brasil Escola
Diretoria Executiva da CONTEC