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DEZEMBRO VERMELHO: É PRECISO ROMPER BARREIRAS E FALAR SOBRE HIV/AIDS

O Dezembro Vermelho, tema deste post, é voltado exclusivamente ao combate do vírus HIV (human immunodeficiency virus, ou vírus da imunodeficiência humana) e da AIDS (acquired immunodeficiency syndrome, a síndrome da imunodeficiência adquirida). Essas ainda são questões permeadas por uma série de mitos e preconceitos e que, até os dias atuais, trazem sérias consequências para a vida dos pacientes acometidos.

Pensando nisso, vamos relatar a origem do Dezembro Vermelho, explicando a diferença entre o HIV e a AIDS, desvendando alguns estigmas comuns sobre o vírus e a doença e, por fim, discutindo os métodos de prevenção mais eficazes. Tem interesse sobre o assunto? Então, boa leitura!

O Dezembro Vermelho
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil teve um aumento de 21% no número de infecções pelo HIV desde 2010. Diante da alta nos índices de pessoas acometidas pelo vírus, o Governo Brasileiro criou o Dezembro Vermelho. Com a aprovação da lei n° 13.504, em 7 de novembro de 2017, instituiu-se uma campanha nacional de conscientização contra o vírus e a doença.

A medida tem o objetivo de levar informações à população, por meio de propagandas, atividades e palestras informativas. O foco é fazer com que as pessoas compreendam a importância da prevenção e saibam como funciona o tratamento para essa infecção. Além disso, a campanha visa a diminuir o preconceito em torno dos portadores do HIV, que são constantemente marginalizados e pouco compreendidos.

A diferença entre HIV e AIDS
A confusão entre esses dois termos é muito comum e leva, inclusive, algumas pessoas a acreditarem que eles tratam da mesma questão. No entanto, embora relacionados, os significados de AIDS e HIV são diferentes.

O HIV é o nome do vírus causador da AIDS. Logo, as pessoas podem ser portadoras do vírus, mas não necessariamente manifestar a doença. Para uma melhor compreensão, usaremos uma analogia bem simples.

Imagine, por exemplo, que uma pessoa tenha um carro, mas nunca o dirija, deixando-o sempre na garagem. É mais ou menos isso que acontece com o HIV. Sendo assim, portadores do vírus (chamados também de soropositivos) podem ser completamente saudáveis e não apresentar os sintomas da doença por muitos e muitos anos.

Os mitos mais comuns sobre HIV/AIDS
Agora, chegou o momento de discutirmos alguns dos mitos comumente difundidos sobre o HIV e a AIDS. Entenda esses equívocos e fique mais informado sobre o tema!

O HIV pode ser transmitido por contatos superficiais
Mentira. Contatos como abraços, apertos de mão ou uso dos mesmos utensílios e vaso sanitário não oferecem risco aos não portadores. As únicas maneiras de se contaminar são por via sexual, placentária, pelo compartilhamento de seringas ou pela amamentação. Outras maneiras, menos comuns, mas que também incluem o contato entre fluidos corporais (no caso, o sangue), são a tatuagem e a transfusão sanguínea.

O vírus é transmitido em todas as relações sexuais
Essa é outra grande mentira. O HIV, apesar de ser um vírus bastante complexo e que capaz de trazer sérias consequências para a saúde, é perfeitamente controlável nos dias atuais. Sendo assim, pessoas que estão se tratando de forma adequada não transmitem o vírus pelas relações sexuais.

O que acontece é que, devido ao tratamento, o vírus se torna “indetectável” nos exames de sangue e dosagens virais. Dessa forma, pessoas portadoras do HIV podem se relacionar com seus parceiros, amamentar seus bebês e levar uma vida completamente normal. É importante esclarecer que além do HIV existem inúmeras DSTs, por isso o uso de preservativo é sempre recomendado.

Pessoas portadoras do vírus não podem ter filhos
O controle do vírus faz com que as mães portadoras possam, sim, ter filhos de forma segura, sem passar o HIV aos seus bebês. Além do controle viral, são feitos outros tipos de tratamento, como a profilaxia pré-exposição. Quando a gravidez é planejada, o pai do bebê é simultaneamente tratado, para aumentar as defesas do feto contra esse problema.

Um teste que deu negativo indica a ausência do HIV
Esse mito também é bastante comum e causa uma série de erros nos diagnósticos, muitas vezes pelos próprios pacientes, que deixam de dar continuidade aos exames médicos para detectar o vírus.

Nosso organismo tem um processo chamado resposta imune, que leva alguns dias para se completar. Sendo assim, muitas vezes, não é possível identificar os anticorpos contra o HIV logo de cara, sendo necessário repetir o teste após um mês da exposição à situação de risco.

As formas de prevenção
Agora que você já conhece os mitos sobre o assunto, chegou a hora de entender melhor as formas de prevenção, que podem ser feitas por medidas bem simples!

Usar preservativos
A camisinha é o método mais acessível, conhecido e eficaz na hora de prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis e até alguns tipos de hepatites.

Embora a versão masculina do preservativo seja o modelo majoritário na hora das relações sexuais, existe a camisinha feminina, feita de látex e usada na parte interna da vagina. Ambas as versões são distribuídas gratuitamente em qualquer unidade de saúde pública.

Escolher bons estabelecimentos para fazer tatuagem
A utilização de agulhas e seringas contaminadas também é uma das formas mais comuns de transmissão do vírus. Por isso, escolher bons estabelecimentos para fazer uma tatuagem é outra forma importante de se precaver.

O importante nessa hora é observar os detalhes no estúdio, sempre verificando se o estabelecimento possui uma autorização de funcionamento da Vigilância Sanitária e atentando à limpeza, higiene e esterilização dos instrumentos utilizados. As agulhas precisam estar em embalagens individuais e serem abertas apenas na hora da tatuagem.

Fazer a profilaxia pré e pós-exposição
A profilaxia pré-exposição (PrEP) e a pós-exposição (PEP) são outras maneiras de evitar essa doença. A PrEP é um comprimido que deve ser ingerido diariamente de forma preventiva antes da exposição, reduzindo assim a probabilidade de infecção. Ela é indicada para pessoas que têm maior chance de entrar em contato com o HIV.

Já A PEP é um uso de medicamento antirretroviral em pessoas após elas terem um possível contato com o vírus em algumas situações como:

  • violência sexual;
  • relação sexual desprotegida (sem o uso de preservativo ou com o rompimento dele);
  • acidente ocupacional (contato direto com material biológico ou instrumentos cortantes e/ou perfurantes).

Vale destacar que esses medicamentos devem ser prescritos por um profissional da saúde após a realização de uma consulta para avaliação de risco.

Os cuidados adequados
A seguir, vamos entender melhor cada um dos cuidados adequados para os portadores do vírus, que incluem algumas medidas simples, mas muito eficazes na hora de garantir mais saúde e qualidade de vida!

Adesão à terapia antirretroviral
Essa terapia funciona tanto no tratamento quanto na tentativa de eliminação do vírus. Como já mencionado, ela pode deixá-lo em um estado “indetectável”. Sua principal ação é a inibição da replicação viral, retardando a evolução da imunodeficiência no organismo e restaurando a imunidade.

Apesar de ainda não existir nenhuma cura, essa terapia transforma o que antes era uma infecção fatal em uma condição crônica controlável. Os maiores benefícios são o aumento da disposição de apetite e energia. Isso garante mais qualidade e ampliação de vida para pessoas que vivem com HIV ou AIDS.

Boa alimentação
Na lista dos cuidados, a alimentação ocupa um espaço muito importante. Com uma alimentação correta, é possível evitar outras infecções, perda de peso e complicações da doença — fatores fundamentais para deixar o sistema imune fortalecido e evitar a manifestação dos sintomas da AIDS.

O metabolismo desses pacientes é bastante complicado. O ideal é sempre investir em gorduras boas e proteínas — como peixes, queijos brancos e carnes magras — fornecendo energia para o dia a dia. Outros passos importantes da rotina alimentar são:

  • comer a cada três horas;
  • escolher alimentos integrais;
  • evitar frituras, ultraprocessados e opções com muitos conservantes;
  • tomar muita água.

Estilo de vida saudável
Não é segredo para ninguém que um estilo de vida saudável potencializa o organismo. No caso do HIV não é diferente. Ao incluir exercícios regulares na rotina, ao lado da alimentação correta, é possível garantir muito mais saúde e vitalidade.

Para combater a descriminação e o estigma, é importante que o portador deixe de lado o isolamento social e invista nele, tendo em mente possíveis limitações na hora de escolher a atividade física que combina com seu estilo. Além disso, abrir mão do cigarro e do álcool, descansar bem e minimizar o estresse do dia a dia são passos essenciais.

Acompanhamento médico
Por fim, mas não menos importante, é fundamental fazer um acompanhamento médico constante. Esse passo é essencial para avaliar a evolução clínica de cada paciente.

É preciso realizar os exames solicitados regularmente, tomando os remédios de acordo com as indicações para ter uma boa adesão do tratamento. Os profissionais de saúde devem ser vistos como aliados e estarem prontos a tomar as melhores decisões em busca de uma vida longa e saudável do paciente.

O preconceito com os portadores do HIV, infelizmente, ainda é muito presente em nossa sociedade, e só pode ser superado por meio da difusão das informações sobre o vírus. Agora que você conheceu o Dezembro Vermelho, compreendeu alguns mitos sobre o HIV e aprendeu a importância da prevenção, não deixe de conscientizar as pessoas ao seu redor.

Com os cuidados corretos, a atenção e a conscientização, é possível combater doença e preconceito. Precisamos falar sobre HIV e AIDS e desmistificar esse tabu. Agora é hora de compartilhar este conteúdo em suas redes sociais e ajudar na propagação do Dezembro Vermelho!Fonte: Golden Cross (FEEB SC)