Surpreendidos com o anúncio, na segunda-feira (11), de que o Banco do Brasil aprovou uma ampla reestruturação organizacional em todo o país, que inclui a desativação de 361 unidades e um plano de demissão voluntária que pode atingir até 5 mil empregados, bancários de Santa Catarina ainda apuram os possíveis impactos das medidas no Estado. O dia de ontem foi marcado por muitas reuniões para tratar do assunto.
O presidente da Federação dos Bancários de Santa Catarina (FEEB-SC), Armando Machado Filho, estima que existam, hoje, cerca de 350 unidades do BB em Santa Catarina. O número exato de trabalhadores está sendo levantado pela entidade. Por ora, é difícil projetar a repercussão no Estado porque, segundo ele, a categoria ainda não tem todos os detalhes dos critérios que serão adotados. Pela natureza da proposta, no entanto, o dirigente diz que ela será danosa aos funcionários.
— O banco não chamou as entidades sindicais para discutir essa reestruturação. Vamos tentar amenizar o prejuízo por meio de um processo negocial imediato — diz o presidente da FEEB-SC.
A entidade se articula em conjunto com a confederação nacional para abrir um canal de negociação com a direção do BB. Machado Filho diz que há tratativas para que uma reunião aconteça nesta quarta-feira (13). As expectativas, admite ele, não são muito positivas. Por isso, a tendência maior é de que a judicialização da questão se sobreponha a um consenso costurado na base do diálogo.
A reestruturação
Em comunicado divulgado ao mercado na segunda-feira, o Banco do Brasil informou que as medidas serão implementadas ao longo do primeiro semestre deste ano e proporcionarão “ganhos de eficiência e otimização em 870 pontos de atendimento do país”. As 361 unidades a serem desativadas incluem 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento (PAs).
Ao todo, 243 agências serão convertidas em PAs e outros 8 PAs vão virar agências. Outras 145 unidades de negócios serão transformadas em Lojas BB, sem a oferta de guichês de caixa – profissionais mais atingidos com as mudanças propostas.
Segundo o BB, “a reorganização da rede de atendimento objetiva a sua adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes e compreende, além das medidas de otimização de estrutura descritas, outros movimentos de revisão e redimensionamento nas diretorias, áreas de apoio e rede, privilegiando a especialização do atendimento e a ampliação da oferta de soluções digitais”.
Com esses movimentos, o banco estima uma economia anual líquida de R$ 353 milhões já em 2021 e de até R$ 2,7 bilhões até 2025. Além disso, dois programas de desligamento incentivado devem receber, até 5 de fevereiro, a adesão de 5 mil funcionários, nas projeções da instituição.
Fonte: NSC Total (FEEB SC)