Menu fechado

Centrais Sindicais fecham acordo histórico com governo da Venezuela para fornecimento de oxigênio a Manaus

País de Nicolás Maduro fornecerá, semanalmente, 80 mil m3 do insumo à capital do Amazonas. Centrais transportarão o produto ao Brasil e farão a distribuição interna. Volume equivale a três dias de produção das fábricas locais

CUT, Força, UGT, CTB, CSB, NCST, que compõem o Fórum das Centrais Sindicais e, juntas, representam dois terços dos trabalhadores brasileiros, acabam de firmar um acordo histórico com o governo da Venezuela para otimizar e ampliar o fornecimento de oxigênio hospitalar a Manaus, estado do Amazonas que enfrenta o pior quadro da pandemia no Brasil, por falta desse insumo fundamental aos pacientes internados com COVID-19. Pelo acordo de “colaboração e solidariedade de classe”, a Venezuela fornecerá 80 mil litros por semana de oxigênio hospitalar à capital do Amazonas. As centrais farão o trabalho de logística (transporte e distribuição do produto), além de atuar para conseguir peças à reposição e manutenção da usina que produz oxigênio na Venezuela, país que não tem seu governo reconhecido pelo governo Bolsonaro e sofre com o embargo dos Estados Unidos. Estamos mostrando aqui a diplomacia e a solidariedade dos trabalhadores

•            O volume de oxigênio que será enviado a Manaus semanalmente pelo acordo entre o governo Venezuelano e o Fórum das Centrais Sindicais é equivalente a três dias de produção das fábricas, juntas, que fornecem o insumo à rede de saúde da capital amazonense (White Martins, Carbox e Nitron produzem 28,2 mil metros cúbicos diários).

•            O primeiro comboio com o volume de oxigênio determinado pelo acordo chegará ao Brasil na próxima terça-feira (25). As Centrais sindicais vão mobilizar todas as suas entidades – estaduais, sindicatos, federações, confederações – neste trabalho urgente para garantir o envio de caminhões à Venezuela para a retirada do oxigênio que será levado a Manaus e região. Os dirigentes também já iniciaram hoje (20) mesmo o contato com a iniciativa privada, especialmente o setor de transporte e autopeças, para conseguir peças à manutenção da fábrica de oxigênio e da frota de caminhões Venezuela. “É uma troca, isso se chama solidariedade de classe”, disse o ministro das Reações Exteriores da Venezuela, Jorge Arraeza.

“Sabemos da dificuldade pela qual o Brasil está passando e sabemos da importância da solidariedade entre trabalhadores, e nosso presidente Nicolás Maduro vem da luta sindical, por isso quis dar a resposta imediata”, afirmou na reunião de hoje o vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Ron. Os dirigentes sindicais brasileiros agradeceram e destacaram a importância desse acordo, que salvará vidas ante um governo brasileiro, incompetente, negacionista e omisso.

Ao final do encontro, Ricardo Patah, presidente da UGT, falando em nome dos participantes brasileiros, disse que “foi uma reunião histórica a favor da vida, da saúde e do emprego. E um grande gesto de solidariedade dos trabalhadores dos dois países.”

A iniciativa de procurar o governo de Nicolás Maduro foi dos presidentes das centrais, respondida rapidamente pela Venezuela com duas reuniões: a primeira realizada na noite desta terça-feira (19), com o ministro das Relações Exteriores Jorge Arreaza e a segunda, técnica, na manhã de hoje (20), com o vice-ministro Carlos Ron e Pedro Maldonado, presidente da Corporaçion Venezoelana de Guayana, que produz oxigênio. A Venezuela já doou e enviou mais de 100 mil metros cúbicos ao Brasil, apesar de o governo Maduro ser atacado pelo governo Bolsonaro, que apoia o boicote dos Estados Unidos imposto aquele país. (FONTE: UGT)