O mês de setembro se aproxima e, com ele, a data-base da categoria bancária. Este ano, a Campanha Nacional dos Bancários será atípica já que, acertadamente, foi fechado um acordo de dois anos valendo de 2020 a 2022.
Por ampla maioria em todo o país, os bancários aprovaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que garante direitos para a categoria de norte a sul do Brasil, com a proposta final negociada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Também foram aprovados os acordos coletivos específicos dos bancos públicos.
O acordo garantiu reajuste salarial e abono de R$ 2 mil em 2020, aumento real em 2021, além da manutenção de todos os direitos da CCT e dos acordos específicos dos bancos públicos. O resultado da negociação foi positivo para a categoria, graças à organização nacional numa conjuntura de pandemia, crise econômica, desemprego e de um governo de extrema direita que ataca direitos dos trabalhadores.
Após tantas rodadas de negociação e propostas rebaixadas, que resultariam em redução de quase metade do valor da PLR, perda salarial de 2,65% e até o fim da 13ª cesta alimentação, os bancários conseguiram reverter a enxurrada de retirada de direitos e cortes de rendimentos, como pretendiam os bancos e conquistaram uma importante vitória.
Para este ano, o acordo garantiu a reposição do INPC acumulado no período (1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) e aumento real de 0,5% para salários e demais verbas, como vale-alimentação e vale-refeição, assim como para os valores fixos e tetos da PLR. Prazos para pagamento da PLR
Em relação a PLR, para os bancos privados, o pagamento no 2º semestre deve acontecer até 31 de setembro deste ano. A data-limite é referente a antecipação da PLR do exercício 2021. Já está acordado também que o pagamento da 2ª parcela do exercício 2021 tem que acontecer até 1º de março do ano que vem.
Uma das provas de que o fechamento do acordo de dois foi uma decisão acertada é que uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou que 60% dos reajustes salariais de abril ficaram abaixo de 6,94%, resultado da inflação acumulada em 12 meses. Com isso, ao conquistar 0,5% de aumento real, os bancários estão, segundo o Dieese, entre 17% das categorias que tiveram reajuste acima do índice inflacionário.
Com reajustes de salários e nos vales, na PLR e demais verbas, o acordo contribui para o aquecimento da economia brasileira, pois quando o trabalhador ganha toda a sociedade ganha.
Fonte: Seeb/BH (FEEB SC)