O dia de trabalho “on-line” não acaba nunca. É o que indica pesquisa realizada com 187 funcionários de seis empresas da lista Fortune 500 que fizeram a transição para o expediente remoto em 2020.
O estudo, publicado este mês na revista americana “Harvard Business Review”, foi feito por quatro pesquisadores, incluindo um professor da Universidade Harvard e um PhD em ciência da computação. Os dados coletados mostram que, em uma medição conservadora, os executivos estão disponíveis para as chefias por mais de oito horas ao dia e que a jornada regular, de 9h às 17h, representa apenas 60% do esforço diário.
Os funcionários trabalham à noite, nos intervalos de tarefas pessoais, entre mensagens instantâneas, chamadas no celular e respostas a e-mails, segundo o relatório.
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Os trabalhadores pesquisados foram divididos em 22 equipes, com uma média de dez membros cada. Em média, os times ficaram conectados em seus computadores por 45 minutos a cada hora.
Durante o expediente de 9h às 17h, os membros das equipes geralmente trabalham juntos, com 50% a 70% dos colegas. Mas, nas “horas de folga” ou depois do horário regular, os integrantes “encontram” apenas de 10% a 50% dos pares – o que pode ser considerado que estão produzindo “separados”.
A orientação dos pesquisadores, para dividir a carga de responsabilidades, reduzir a jornada e atingir melhores resultados de produtividade, é estabelecer normas sobre horas de produção e sobreposição de turmas. É possível, segundo eles, determinar horários em que 50% ou mais dos times estejam on-line e atuando “juntos”.
“Esses momentos servem para agendar processos de negócios que se beneficiam por ter uma maior sobreposição da equipe, com comunicados e tomadas de decisões que afetam todo o grupo”, afirmam. Sem esquecer também que há tarefas que podem ser melhor executadas individualmente, lembram.
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Para isso, os estudiosos sugerem que as chefias permitam que os funcionários tenham flexibilidade para realizar as atividades de acordo com preferências pessoais de tempo, que estimulem a definição de horários em que nenhuma reunião possa ser marcada, além do uso de sinais como “não perturbe” nas ferramentas de comunicação, a fim de indicar a necessidade de se concentrar em agendas importantes.
Fonte: Valor Econômico (FEEB SC)