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Você sabia que o estresse no trabalho pode causar um distúrbio chamado Síndrome de Burnout? Saiba mais!

Ter um longo dia exaustivo e poder chegar em casa, colocar os pés para cima e descansar é o que a grande maioria dos trabalhadores desejam durante a semana. Mas e quando esse simples ato (que parece trazer um imenso prazer a todos) começa a não ter mais esse efeito?

Então talvez seja hora de se atentar para saber se não está sofrendo da chamada Síndrome de Burnout. Característica por se tratar de um distúrbio psicológico causado pela exaustão emocional e física acarretada pelo estresse do trabalho, pesquisas feitas pela International Stress Management Association (ISMA) apontam que em média 30% de brasileiros sofrem com a Síndrome.

Eucília Modesto, psicóloga especializada em psicologia clínica há três anos, explica em entrevista ao Folha um pouco mais sobre essa disfunção. Entre os motivos para o desenvolvimento de Burnout, está a longa e exaustiva interação com outras pessoas e a incapacidade do profissional em não absorver as emoções do âmbito profissional.

“Dentro do Ministério da Saúde existem algumas profissões que são propensas a desenvolver a síndrome, como assistencialismo, professores, profissionais da saúde, policiais e agentes penitenciários”, destacou Eucília. Outras áreas como jornalismo, advocacia, juizado, assim como atendimento ao público como telemarketing, atendentes e bancários também podem ser afetados pela Síndrome de Burnout.

AS TRÊS DIMENSÕES DE BURNOUT

A Síndrome pode ser dividida, segundo a especialista, em três dimensões: a exaustão emocional (relacionada à falta de energia para ir trabalhar e ao esgotamento físico/emocional), a despersonalização (onde sentimentos como empatia começam a deixar de ser frequentes ao paciente, e ele começa a agir com cinismo dentro do ambiente de trabalho) e a baixa realização pessoal no trabalho (quando ele começa a analisar seu emprego e procurar pontos negativos tanto nas próprias tarefas desempenhadas, quanto na profissão escolhida).

Dentre as áreas mais afetadas, os profissionais da Educação acabam sendo a maior parcela de pacientes que procuram o consultório psicológico por causa da Síndrome. Isso porque as funções e tarefas exercidas pelos mesmos costumam ser desgastantes, associadas à constante convivência e postura exigida em sala de aula.

“A síndrome está em todas as faixas etárias. Todos os profissionais em todas as idades podem sim desenvolver esse estado, e caso o quadro do paciente se agrave muito é necessário pedir uma intervenção psicológica”, comenta Eucília.

SINTOMAS E PREVENÇÃO

A Síndrome de Burnout é um complexo que vai muito além do psicológico. Entre os sintomas mais observáveis estão a exaustão física/emocional já citada, frequência de ansiedade, tristeza e irritação (traços de comportamento prolongados), frustração profissional, isolamento social, dificuldades em concentração e lapsos de memória.

Mas o distúrbio também atinge o paciente de forma física com úlceras, insônia, dores de cabeça, hipertensão, incapacidade em relaxar, fadiga constante. A presença de uma grande parte desses sintomas pode ser um alerta para que você procure um psicólogo e faça uma avaliação.

Para evitar desenvolver a Síndrome, é importante tomar cuidados com a saúde. Atividades físicas, separar vida profissional e pessoal, passar um tempo com a família, praticar atividades prazerosas de lazer, etc.

O TRATAMENTO

“Esse profissional que passa pela Síndrome de Burnout precisa mais do que um período de férias, ele necessita de acompanhamento psicológico até entender que às vezes ele está em uma profissão sem adaptação. Muitas pessoas começam a trabalhar com expectativas altas, e na prática descobrem que não é bem aquilo que pensavam, o que causa esse choque”, comenta a psicóloga.

Buscar o auxílio de um especialista no assunto é fundamental para identificar a Síndrome, já que as consequências de um profissional doente vão além do âmbito pessoal. Para a empresa haverá um índice de faltas muito grande, afastamento por saúde, acidentes de trabalho, diminuição de qualidade de vida no trabalho, além do aumento de conflitos interpessoais.

Por isso, incentivar os funcionários a procurar ajuda e contribuir para que esse tratamento seja realizado adequadamente é fundamental, para que a empresa possa ter um profissional 100% capacitado atuando em seu ambiente de trabalho.

Fonte: Cláudia (FEEB SC)