O Itaú garantiu que irá reverter a convocação para o retorno ao trabalho presencial dos bancários do grupo de risco para o coronavírus. O compromisso foi feito durante reunião nesta quinta-feira 2, entre representantes do banco e da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e pelo Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú.
“O recuo do Itaú é resultado da pressão da organização dos trabalhadores e representa uma vitória no sentido da garantia da proteção à saúde dos trabalhadores” destacou Jair Alves dos Santos, coordenador da COE do Itaú.
“A pandemia ainda não acabou e o cenário em outros países comprova isto. A nova variante é uma ameaça real. É importante o avanço da vacinação, como também o cumprimento dos protocolos de saúde e o uso correto das máscaras”, completou o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Carlos Damarindo, coordenador do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú e secretário de Saúde do Sindicato de SP.
Ainda no âmbito da saúde, além de se comprometer a manter em home office os trabalhadores de grupos de risco, o Itaú assegurou que continuará fazendo campanha para incentivar a vacinação das funcionárias e funcionários, inclusive pedindo a dose de reforço ao grupo de risco. O banco disse ainda que está intensificando a importância do protocolo de segurança sanitária entre os bancários por meio de campanha interna.
Demissões
Outro ponto debatido na negociação foram as demissões em agências e departamentos. Trabalhadores apontam que muitos desligamentos ocorrem pela cobrança de metas abusivas e avaliações de performance. O movimento sindical e a COE cobraram do Itaú uma posição sobre as demissões que estão ocorrendo nas agências de todo o país.
“Precisamos saber quais locais estão passando por reestruturação e se estão ocorrendo contratações. A necessidade da criação de um centro de realocação para os funcionários é urgente”, afirma Jair Alves.
O banco declarou que irá fechar agências deficitárias e que os funcionários serão realocados para outras agências.
Os representantes dos trabalhadores também cobraram do banco explicações sobre denúncias de que funcionários estão sendo desligados por não terem as certificações CPA 10 e CPA 20. “O banco nos respondeu que isso [o desligamento por falta das CPAs] não é uma política institucional. O Itaú precisa emitir um comunicado oficial sobre o procedimento para certificação e esclarecimento aos funcionários”, cobrou o coordenador da COE.
Parcelamento de dívidas
Os trabalhadores também reivindicaram a retomada da discussão do parcelamento da devolução da antecipação salarial feita pelo Itaú aos funcionários que se afastam para tratamento de saúde, conforme previsto na cláusula 65 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Uma nova reunião será marcada para que o banco apresente um acordo para que todas a entidades sindicais avaliem em conjunto e passe a ser válido para todo o país. O banco disse que terá problemas operacionais na folha de pagamento, caso tenha que fazer o acordo por sindicato.
Banco de horas negativo
O acordo de banco de horas negativas, feito entre os representantes dos trabalhadores e o banco, com vigência de dois anos, vence em agosto de 2022. No encontro desta quinta-feira 2, o Itaú se comprometeu a agendar uma nova data, ainda neste mês de dezembro, para discutir o tema.
Diversidade
O banco concorda com as reivindicações dos movimentos sindicais para promover o respeito à diversidade e disse que irá agendar uma reunião para debater o tema. Entre os pontos defendidos pelos trabalhadores estão a igualdade salarial entre homens, mulheres, brancos e negros e o combate a toda e qualquer forma de discriminação contra as mulheres, identidades raciais, LGBTQIA+, imigrantes, jovens, idosos, pessoas com deficiência e contra intolerância religiosa e política.
Segurança bancária
O banco também se comprometeu a agendar uma nova data para debater, especificamente, segurança bancária com a participação de um diretor responsável. Nesta pauta, os trabalhadores ressaltam a importância de garantir a proteção aos trabalhadores e clientes nas agências de negócios e unidades de varejo; manutenção de vigilantes; porta de segurança com detecção de metais; segurança ao manuseio de numerário e escudos de proteção entre outros equipamentos de segurança nos locais de trabalho. (Fonte: Seeb SP)
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