O Banco do Brasil foi alvo de uma série de críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) quando anunciou um plano de reestruturação que previa o fechamento de agências e o enxugamento do quadro de pessoal. Passado 1 ano, no entanto, não figura mais nas queixas do chefe do Executivo e fechou mais agências do que o previsto inicialmente.
O plano de reestruturação do BB lançado em janeiro de 2021 previa o fechamento de 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além do desligamento voluntário de até 5 mil funcionários. Deflagrou um atrito entre o Palácio do Planalto e o Banco do Brasil, que levou à renúncia do recém-empossado presidente do banco, André Brandão.
Passado um ano da crise, no entanto, o fechamento de agências superou as expectativas do Banco do Brasil. Segundo dados do Banco Central, o BB terminou o ano de 2021 com 3.980 agências. Isto é, 388 agências a menos do que o registrado em 2020.
Com isso, o BB registrou o 2º maior número de fechamentos de agências da pandemia de covid-19. Perdeu apenas para o Bradesco, que fechou 1.527 agências de março de 2020 a dezembro de 2021.
Ao todo, os 5 maiores bancos do país fecharam 2.531 agências na pandemia. A exceção foi a Caixa, que manteve e agora pretende ampliar a rede de atendimento.
Em nota, o Banco do Brasil disse que o plano de reestruturação tinha como objetivo dar “ganhos de eficiência” à rede de atendimento. Por isso, passou pelo encerramento de agências, mas também abertura, mudanças de tipologia e relocalização das unidades de atendimento.
Segundo o banco, algumas agências foram transformadas em tipologias consideradas mais “adequadas à demanda nas regiões onde estão localizadas”. Isso passa pelo rebaixamento de agências a postos de atendimento, que não oferecem todos os serviços bancários e, por isso, não constam na lista de agências bancárias do Banco Central.
Além disso, o banco disse ter trabalhado na criação de “unidades especializadas para atendimento a públicos diversos, tais como Empresa, Escritórios Digitais, Agro, Investidores, dentre outros”.
“A distribuição da rede do banco é avaliada de forma permanente, de modo a acompanhar as mudanças de hábitos dos seus clientes, considerando o avanço da tecnologia para a realização de transações através de meios digitais”, afirmou.
O Banco do Brasil ainda disse que, apesar das mudanças, continua seguindo a premissa de manter presença física nos municípios em que atua, seja por meio de unidade própria de atendimento, seja por meio de seus correspondentes. Segundo o BB, a marca está presente em mais de 96% dos municípios brasileiros. O banco tem a maior rede de atendimento do país, mesmo depois do fechamento de 388 agências.
Novo presidente
Apesar dos fechamentos, o Banco do Brasil saiu do alvo das críticas de Bolsonaro. Recentemente, o chefe do Executivo até posou ao lado do novo presidente do BB, Fausto Ribeiro, em evento do agronegócio. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também já compareceu a eventos sociais da Fundação Banco do Brasil, ao lado de Ribeiro.
Escolhido por Bolsonaro para o lugar deixado por André Brandão, Fausto Ribeiro, é funcionário de carreira do Banco do Brasil. Discreto, reforçou as relações do banco com o agronegócio e tem bom trânsito com os bancários. No último dia 18 de janeiro, filiou-se à Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil).
Em carta enviada aos funcionários pouco depois de tomar posse como presidente do BB, Fausto Ribeiro Neto disse que o Banco do Brasil é de mercado, mas também é do Brasil. Por isso, precisa ser lucrativo, competitivo e eficiente, mas também compromissado com o desenvolvimento econômico e social do País.
Fonte: Poder 360 (FEEB SC)