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Pressão leva a retirada de pauta projeto que ameaça bancários

PL 1043, que autoriza funcionamento de bancos nos fins de semana, não será mais apreciado hoje (quarta 25), como previsto, depois que sindicalistas realizaram protestos contra o projeto no Congresso ontem (24)

O Projeto de Lei (PL) 1043/2019, de autoria do deputado David Soares (União-SP), que autoriza a abertura de agências bancárias nos fins de semana, estava pautado para ser apreciado nesta quarta-feira (25), pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados (CDC). O projeto já recebeu parecer favorável do atual relator, deputado Eli Corrêa Filho (União-SP), no último dia 20, em forma de substitutivo. No entanto, após forte pressão de entidades sindicais durante toda esta terça-feira (24), no Congresso Nacional, o tema foi retirado da pauta da CDC.

Pelo texto do relator, os bancos “ficam autorizados a abrir ao público suas agências e demais estabelecimentos” nos fins de semana. Em sua argumentação, Corrêa diz que é “fundamental que seja garantida a liberdade para que cada instituição”, em nome da “livre concorrência”, “opte ou não pelo funcionamento aos sábados e domingos, criando uma competição saudável e desejada”.

Argumento “fake”

Segundo o relator, Eli Corrêa Filho, o projeto abriria mais vagas para bancários, o que é uma falácia como foi a reforma trabalhista com o mesmo argumento e tudo ficou como estava ou até piorou o desemprego e precarizou o trabalho com a semiescravidão.

“Na verdade o PL 1043 é uma encomenda dos banqueiros aos deputados entreguistas e inimigos dos trabalhadores, que pretende atacar o direito ao sábado e domingo livres da categoria. Isto vem sendo martelado desde a reforma em 2017, mas combatido pelo movimento sindical”, explica Élcio Quinta, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionário do Itaú.

Dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que a reforma trabalhista, aprovada como argumento de que haveria aumento do emprego, mostram que a taxa de desemprego no momento da aprovação da reforma, no trimestre compreendido entre outubro a dezembro de 2017 era de 11,9%. No período imediatamente depois (entre novembro de 2017 a janeiro de 2018), o desemprego chegou a 12,3% e no final do ano passado alcançou a marca de 14,9%.

“O movimento sindical tem que ficar alerta, pois novas tentativas de reduzir direitos irão acontecer nesta Campanha Salarial e no Congresso Nacional enquanto não mudarmos essa política no voto. É importante que os bancários e bancárias filiem-se ao Sindicato para fortalecerem nossas lutas por melhores salários, direitos, PLRs e para a defesa aos ataques dos patrões”, finaliza Élcio.

Fonte: Seeb/SP (FEEB SC)