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JUNHO VERMELHO – VOCÊ É O TIPO CERTO DE ALGUÉM

O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado anualmente em 14 de junho. A data foi criada por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014, e o dia escolhido é uma homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

Grupos sanguíneos
O sistema ABO são classificações do sangue humano nos quatro tipos existentes: A, B, AB e O. Enquanto que o Fator Rh é um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh positivo ou negativo. (Fonte: Toda Matéria)

Práticas transfusionais de sangue
Podemos dividir a história da hemoterapia em três momentos: o período místico, o científico e a Nova Era.

O sangue sempre despertou curiosidade seja pelo aspecto científico como místico. No período místico era frequente guerreiros que bebiam o sangue de animais acreditando que poderiam adquirir a sua força. No antigo Egito era prática espalhar sangue de animais sacrificados, com a finalidade de aumentar a fertilidade do solo. O período científico deu início com as pesquisas realizadas por Willian Harvey em 1527 e que resultou na publicação da obra “Os Movimentos de Coração e do Sangue” em 1628.

Entre 1566 e 1638 foram descritos por Cardius e Tevergo experimentos de transfusão de sangue entre animais. Em 1654, um médico italiano conhecido como Folli registrou a primeira transfusão entre seres humanos, sendo que a partir deste relato, algumas outras experiências foram realizadas, porém muitas com resultados desastrosos, o que acabou deixando a transfusão de sangue em um período obscuro, sendo que esta prática foi abandonada por um longo período.

Tzanck ArnaultEm 1818, James Blundell reacendeu a prática da transfusão de sangue, após relatar com sucesso o tratamento de uma paciente com sangramento pós-parto. Em 1901, Karl Landsteiner descreveu o sistema ABO, o que lhe conferiu em 1930 o prêmio Nobel de Medicina e resgatou a possibilidade terapêutica da transfusão de sangue de forma segura, estimulando várias iniciativas para o seu uso, inclusive de incentivo à doação de sangue. Em Paris no ano de 1923, por iniciativa de Arnaut Tzanck, através da “Obra da Transfusão de Sangue”, deu início à inscrição e recrutamento de doadores voluntários de sangue, tornando possível a criação do primeiro Serviço da Transfusão de Urgência do Hospital Saint Antoine de Paris, que se encontra em atividade até hoje.

Legenda da imagem: Arnault Tzanck fundou o primeiro Centro de Transfusão de Sangue no Hospital Saint Antoine. A partir de 1938, ele estudou o problema da conservação do sangue. Essa técnica de conservação de sangue permitiria evitar a transfusão de braço em braço. (Fonte: Wikipedia)

Cronologia brasileira
ilustração de uma mulher deitada na poltrona e doando sangueNo Brasil, foi criada a Lei Federal 1.075, 27 de março de 1950, e assinada pelo presidente Eurico Dutra, sendo consignado com louvor em folha de serviço seja militar ou servidor público e com dispensa de ponto. A regulamentação da prática transfusional e dos aspectos relacionados à doação de sangue foi aprovada apenas em 1965 e que dispunha sobre o exercício da atividade hemoterápica no Brasil e implantava a Política Nacional do Sangue, onde incluía mecanismos de proteção do doador e receptor de sangue.

O surgimento da Aids, a partir de 1982, obrigou os serviços de hemoterapia a reverem os critérios de triagem clínica e laboratorial, impulsionando evolução científica e tecnológica da Medicina transfusional, inclusive revendo critérios mais rigorosos quanto à indicação de transfusão de sangue, sendo que muitos serviços médicos e hospitais iniciaram programas de gerenciamento racional do sangue, através de práticas transfusionais mais restritivas e manejo clínico alternativo para tratamento de anemias e distúrbios de coagulação, evitando ou reduzindo as transfusões de sangue.

Doação de sangue: importância e desafios dessa prática
A transfusão de sangue, quando bem indicada, traz benefícios inquestionáveis, e em muitos momentos insubstituíveis, e para que a transfusão aconteça, é necessário o papel de extrema importância do doador de sangue. Isto se tornou mais evidente durante a pandemia, que por um lado aumentou a transfusão de sangue em pacientes críticos, e por outro lado percebemos uma diminuição no número de doações de sangue. Frequentemente nos deparamos com campanhas para incentivo à doação de sangue disparados pelos serviços de hemoterapia, tanto do setor público como privado.

A Organização Mundial de Saúde preconiza que cerca de 3 a 5% da população seja doadora de sangue regularmente, para garantir o estoque adequado, porém no Brasil este índice não ultrapassa 1,6%.

A própria sociedade organizada vem tomando iniciativas para incentivar a doação de sangue, seja ela de pacientes ou de especialidades médicas, sendo que podemos citar a Campanha da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) para o junho vermelho. Entendendo a necessidade e a importância do ato da doação de sangue, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), criou no ano passado o programa Um Só Sangue, com o objetivo de estimular a doação de sangue, trazendo informações médicas seguras sobre os critérios de doação, além de incentivar campanhas e estabelecer parcerias com outras entidades como o Metrô de São Paulo, o Facebook e vários serviços de hemoterapia públicas e privadas.

Desde 2011, o movimento Eu Dou Sangue (EDS) foi criado por Debi Aronis e que deu suporte ao movimento junho vermelho. (Fonte: Unifesp)

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