CEBB denuncia que correspondentes bancários estão competindo com trabalhadores do BB, trabalhando dentro de agências e utilizando equipamentos do próprio banco
Posse de todos os aprovados do último concurso, realização de mais concursos para atingir o número de 10 mil novos trabalhadores e o fim da terceirização via correspondente bancário (coban). Essas foram as principais reivindicações apresentadas pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) em mesa de negociação com o banco, nesta quarta-feira (27), na qual o tema foi Emprego e Terceirização.
Os representantes dos trabalhadores do BB apresentaram diversas denúncias de que agentes de correspondentes bancários não apenas estão utilizando as dependências do BB – o que é expressamente proibido pela Resolução 4.935 do Banco Central (Bacen) – como também utilizando equipamentos do banco. “Esse não é um assunto novo na mesa de negociação. Estamos assistindo a um aumento de gerentes utilizando serviços de coban, geralmente em agências de grande lotação de público. Isso só tem como explicação a necessidade de mais funcionários que esses gerentes estão tendo. E não temos como não destacar aqui que esse problema é um dos impactos negativos da reforma trabalhista”, avaliou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Os sindicalistas denunciaram ainda o aumento de casos de funcionários impedidos de assumir promoções. A falta de funcionários sobrecarrega e os pressiona com metas contínuas e impossíveis. As doenças psicológicas estão surgindo em grande parte dos bancários.
Resposta do banco
O banco disse reconhecer que os correspondentes bancários não podem atuar nas dependências do banco e que irá acompanhar as denúncias. Sobre o aumento de contratações para 10 mil novos funcionários, afirmou que precisa de autorização da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), e que o teto de contratações hoje permitido pela entidade não chega ao número exigido pelos sindicatos.
Sobre o concurso realizado este ano, foram aprovados cerca de 4.500 pessoas. Desse total, 2.977 já tomaram posse e outros 849 devem tomar posse até o final do ano. Além disso, houve 300 desistências e outros 32 não foram aprovados no período de experiência ou estágio probatório.
O movimento sindical solicitou do banco a lista dos locais onde as posses estão ocorrendo. “Depois dos Programas de Demissão Voluntária (PDVs) houve um esvaziamento irreparável no quadro dos funcionários e vamos continuar exigindo mais contratações, fim do assédio por metas ou por qualquer outra situação”, afirma Eneida Koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionária do BB.
Fonte: Fenae (FEEB SC)