Em áudio, ex-presidente da Caixa criticava atitude de outro empregado e relembrou caso de diretor quando trabalhava no Itaú
O ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, admitiu ter ‘segurado’ um funcionário do banco acusado de assédio no emprego anterior. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles.
A declaração foi vazada em um áudio enviado aos diretores do banco no começo do ano. Na época, Guimarães reprovava uma foto que tinha recebido de um diretor abraçando uma assistente do então presidente do banco.
“Por que ele foi demitido? Por assédio. Ele foi demitido do Itaú por assédio. Assediou dez pessoas, dez mulheres. Tá aí. Tá aí a explicação. Tanto não é verdade que isso é uma coisa natural que se fodeu todo, e eu que seguro”, disse Guimarães no áudio.
Segundo o Metrópoles, o funcionário é Messias dos Santos Esteves, que entrou na Caixa como vice-presidente de Logística e Operações em dezembro 2020. Cinco meses depois, Esteves foi alocado como vice-presidente de Risco.
Em nota, o advogado de Pedro Guimarães negou que a contratação de Esteves tenha sido feita fora das regras da estatal. A defesa de Guimarães ressaltou o currículo do ex-funcionário e disse que “nenhum episódio que desabone a contratação foi registrado”.
Pedro Guimarães pediu demissão em junho após denúncias de assédio sexual de funcionárias próximas de seu gabinete. A pressão sobre o então presidente da Caixa aumentou após a revelação de áudios em que Guimarães prática de assédio moral contra os diretores do banco.
Para seu lugar, o governo nomeou a ex-assessora e braço-direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, Daniella Marques. Ela prometeu investigar a fundo as denúncias envolvendo Guimarães.
O ex-presidente da Caixa era membro da linha de frente do bolsonarismo e sempre participava dos eventos com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL). A aproximação entre eles fez Guimarães ser um dos candidatos a ser vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, mas o nome do ex-ministro Walter Braga Netto foi o escolhido pelo presidente.
Após o surgimento das primeiras denúncias, o Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) abriram um inquérito para investigar os casos de assédio sexual. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação sobre assédio moral no banco.
Fonte: Brasil Econômico (FEEB SC)