O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de R$ 8,55 bilhões no primeiro trimestre de 2023, um crescimento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado anualizado aumentou 2,9 pontos percentuais em doze meses, alcançando 20,8%.
“Este resultado foi construído a partir do esforço, comprometimento e competência dos bancários do Banco do Brasil. Um resultado que mostra que o BB têm todas as condições de atender as reivindicações dos trabalhadores nas mesas de negociação permanentes”, Getúlio Maciel, dirigente sindical da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
A primeira mesa de negociação permanente entre a CEBB e representantes do banco está agendada para o dia 30 de maio e terá como tema “Combate ao assédio e avaliação da Gestão de Desenvolvimento por Competências (GDP)”.
“É urgente aprimorar o combate ao assédio moral no Banco do Brasil e melhorar a forma como as metas são definidas e cobradas. Os bancários do BB, que constroem diariamente os resultados expressivos do banco, merecem valorização e respeito”, enfatiza Getúlio.
A diretora executiva do Sindicato de SP e bancária do BB, Ana Beatriz Garbelini, lembra que na última gestão do BB, subordinada ao governo Bolsonaro, os bancários enfrentavam imensas dificuldades nas negociações.
“Na última gestão, as negociações partiam sempre de uma lógica de defender o que nós já conquistamos diante dos ataques aos nossos direitos, nunca a partir de uma perspectiva de avanços. Quiseram, por exemplo, acabar com os três ciclos avaliatórios da GDP, aumentar o descomissionamento e reduzir a PLR para 2% do lucro líquido, o que evitamos com a nossa mobilização na Campanha Nacional dos Bancários 2022. A nossa expectativa é de que agora, nessa nova gestão, que já se mostrou aberta ao diálogo com a representação dos bancários, possamos avançar nas nossas reivindicações”. Ana Beatriz Garbelini, diretora executiva do Sindicato de SP.
Emprego
Ao final do trimestre, o BB contava com 85.457 funcionários, com fechamento de 1.009 postos de trabalho em 12 meses, mesmo com a convocação de candidatos aprovados em concurso público ao longo de 2022. Por outro lado, o total de clientes cresceu 2,7 milhões, alcançando 82,05 milhões em março de 2023.
“Os números demonstram com clareza que o Banco do Brasil precisa e pode contratar mais para reduzir a sobrecarga de trabalho e, por consequência, o adoecimento dos bancários, além de melhorar o atendimento”, avalia a diretora executiva do Sindicato.
Somente com o que arrecada com prestação de serviços e tarifas bancárias – receita secundária que cresceu 8,1% em 12 meses, alcançando R$ 8,13 bilhões – o Banco do Brasil cobre em 122% o total de suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.
Outros números
A carteira de crédito ampliada do BB cresceu 16,8% em 12 meses, totalizando R$ 1,03 trilhão, com performance positiva em todos os segmentos.
A carteira Pessoa Física aumentou 11,7% em 12 meses, totalizando R$ 300,12 bilhões, influenciada pelo desempenho no crédito consignado (+9,6%) e pelas carteiras adquiridas de financiamento de veículos (+126,8%).
Já a carteira Pessoa Jurídica registrou crescimento de 12,7% em relação a março de 2022, totalizando R$ 361,97 bilhões. Destaque para o desembolso de R$ 2,5 bilhões na linha do Pronampe. Para o Agronegócio, a carteira cresceu 26,7%, na mesma comparação, totalizando R$ 322,51 bilhões. Destaque para o custeio agropecuário (+45,6%) e para a linha de investimento (+49,8%). (Fonte: Seeb SP)
COMO O BANCO DO BRASIL TEVE (DE NOVO) O MAIOR LUCRO DO SETOR BANCÁRIO
Diversificação e crescimento da carteira impulsionam resultado do BB, que mantém inadimplência sob controle (Por Beatriz Quesada) – imagem seebsp –
Com um lucro de R$ 8,55 bilhões, o Banco do Brasil apresentou o melhor resultado entre os quatro grandes bancos da bolsa brasileira no primeiro trimestre. A estatal ficou à frente do Itaú, que teve um lucro de R$ 8,43 bilhões, e apresentou um resultado superior aos balanços de Bradesco e Santander somados. O BB já havia superado os pares no resultado do trimestre passado.
Nos três primeiros meses de 2023, a carteira de crédito do BB cresceu 16% na comparação ano a ano, superando os pares privados que seguem mais conservadores na concessão. O motivo do pé no freio é a alta na taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Os juros altos pressionam a inadimplência e deixam os bancos mais receosos em abrir a carteira.
O Banco do Brasil, no entanto, está em uma situação diferente dos pares. A carteira de crédito ampliada atingiu a marca de R$ 1,03 trilhão em março de 2023, alta anual de 16,8%.
“Crescemos o crédito com responsabilidade, totalmente em linha com expansão da carteira. O BB em comparação aos pares é o que apresenta menor risco de crédito da carteira em função das linhas que elegemos que seriam os grandes potencializadores desse crescimento, como o consignado para a pessoa física [e o agronegócio]”, afirmou Marco Geovanne da Silva, CFO do BB, em coletiva com jornalistas nesta terça-feira, 16.
O CFO destacou também a diversificação do portfólio, que tem uma divisão muito próxima das parcelas concedidas para os segmentos de agronegócio, pessoa física e pessoa jurídica.
O trunfo vem principalmente do agro, um setor que tem performado bem e que apresenta uma inadimplência abaixo da média. A parcela voltada para o agronegócio foi a que mais cresceu no período – 26,7% de alta na comparação anual e expansão de 4,1% no trimestre contra trimestre. Já a inadimplência superior a 90 dias do setor ficou em 0,59%, resultado levemente acima dos 0,52% do trimestre passado e em linha com os 0,6% do mesmo período de 2022.
O BB destaca ainda que a inadimplência do crédito para pessoa física – grande gargalo de concorrentes como o Bradesco – chegou a um pico em dezembro do ano passado. A carteira cresceu 11,7% na comparação anual e 3,6% frente ao último trimestre. O indicador de inadimplência, por sua vez, caiu de 5,44% no último trimestre para 5,39% ao final dos três primeiros meses deste ano.
O resultado do Banco do Brasil é sustentável?
O Banco do Brasil apresentou a maior rentabilidade do setor bancário no trimestre, com um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 21%. Ao apresentar seus resultados, a administração reforçou que pretende focar na eficiência do banco e manter os indicadores no alto patamar conquistado.
Perguntada sobre como o BB pretende se posicionar em eventuais políticas anticíclicas do governo em relação ao crédito, a presidente Tarciana Medeiros reforçou que o banco vai continuar amparado em seus modelos de risco.
“A concessão de crédito sempre estará ligada aos nossos modelos de concessão de crédito que são muito robustos. Está fora de questão para nós a possibilidade de atuar com uma política sem amparo técnico”, disse. (Fonte: Exame)
Notícias Feeb/PR