Presidentes de bancos defenderam nesta terça-feira (27) a reforma tributária, classificada por eles como uma “oportunidade única” para o Brasil.
Presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior afirmou que o país tem condições de entrar no radar do capital financeiro global, se conseguir avançar com medidas importantes como a reforma tributária, o arcabouço fiscal e a redução dos juros.
“A reforma tributária está no forno e talvez seja a melhor oportunidade dos últimos 20, 30 anos que a gente tem de fazer uma reforma tributária que ajuste o custo das empresas brasileiras para gerir esse tributário que é extremamente elevado e que está no custo Brasil”, afirmou durante o evento FebrabanTech, organizado pela federação dos bancos, em São Paulo.
O evento é realizado no Transamerica Expo Center, na zona sul da capital paulista, até esta quinta (29) e gerou congestionamento na região pela manhã. Há uma roda gigante disponível para os participantes que quiserem ter uma visão ampliada da região. A expectativa dos organizadores é que 30 mil pessoas circulem nos três dias do evento.
Lazari Junior acrescentou que há um grande volume de capital disponível nos mercados globais, e que o país precisa ajustar algumas coisas que “ainda não estão muito bem ajustadas” para competir por esses recursos.
“Reforma tributária, arcabouço fiscal, redução da taxa de juros, tudo isso vai ser fundamental para que a gente esteja definitivamente nesse mapa de investimentos”, afirmou o executivo.
“Temos oportunidade muito grande de atrair investimentos estrangeiros, o mundo está olhando quais são as oportunidades de investimento, porque tem muito capital para alocar”, acrescentou. “E o Brasil se destaca como um dos principais destinos, mas ainda precisa ajustar coisas. É uma oportunidade que talvez demore mais 20 anos para aparecer de novo.”
“O setor financeiro tem sido um grande parceiro para difundirmos na sociedade brasileira a importância do novo regime fiscal e de uma reforma tributária que estimule a produção e desonere completamente o investimento e também desonere completamente as exportações do nosso país”, afirmou Alckmin.
O vice-presidente lembrou ainda que recentemente o BNDES se filiou à Febraban, uma aproximação que, segundo ele, permitirá que governo e iniciativa privada concebam uma política de crédito equilibrada e consistente com as necessidades de consumo e investimento no Brasil.
Também durante a abertura do evento, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, fez uma defesa do papel dos bancos na economia brasileira e de sua importância na área social. E tratou rapidamente do nível dos juros no país.
“Juros são consequência de problemas da economia”, afirmou, em um discurso que vem sendo adotado pela Febraban ao tratar das taxas cobradas de famílias e empresas. “Investimentos não dialogam com incertezas”, acrescentou.
De acordo com Isaac, o país precisa “urgentemente baratear custo do crédito”. “Precisamos atacar as causas dos custos da intermediação financeira”, disse.
Em sua fala, Lazari também tratou rapidamente dos juros. Segundo ele, o país está “quase” na redução da taxa de juros.
Atualmente, a taxa básica Selic está em 13,75% ao ano e, no mercado financeiro, a expectativa majoritária é de que o Banco Central promova um primeiro corte de 0,25 ponto percentual no encontro de agosto.
PRESIDENTE DA FEBRABAN CRITICA FINTECHS
Sidney também fez críticas às fintechs, que têm ganhado espaço no mercado nos últimos anos. “Somos, por vezes, qualificados pela concorrência recém-chegada como instituições tradicionais, os bancões, geralmente acompanhado de um tom de demérito, quase acusatório. Aqui cabe uma reflexão, o tom jocoso da concorrência revela algo que aqueles que nos criticam não têm: eles não têm história. Nós temos uma bela história”, afirmou o presidente da Febraban.
“Não é depreciativo ter história, presença física em todos os estados do país e estar no dia a dia de milhões de empresas e pessoas”, disse o dirigente.
Ele acrescentou que alguns entrantes da indústria financeira no país surgem “do nada” e se intitulam modernos, baratos e inovadores. “Nós, bancos, não nascemos agora e não atuamos fazendo marketing e publicidade”, disse Sidney.
Fonte: O tempo (FEEB SC)