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Banco do Brasil lucra R$ 8,8 bi no 2º trimestre, alta anual de 11,7%, e anuncia quase R$ 2,5 bilhões em proventos

Banco revisou projeções de crescimento de crédito para cima; provisões foram afetadas por aumento no risco de crédito da Americanas

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre de 2023. A cifra é 11,7% maior que a registrada no mesmo período em 2022. Comparando com os três primeiros meses deste ano, o resultado foi 2,8% superior.

O resultado veio acima do esperado. O consenso Refinitiv previa lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre.

O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL ou ROE, na sigla em inglês) do banco fechou o segundo trimestre em 21,3%, uma alta de 0,3 ponto-percentual em relação aos três primeiros meses do ano. Um ano antes, o ROE estava em 20,8%.

A margem financeira líquida do banco foi de R$ 15,711 bilhões, com crescimento anual de 11,3%. A margem financeira com clientes ficou em R$ 20,049 bilhões e a margem com mercado, em R$ 2,838 bilhões.

As receitas com prestação de serviço totalizaram R$ 8,286 bilhões, com alta de 5,6%.

A carteira de crédito ampliada da instituição financeira atingiu R$ 1,045 bilhão, com alta de 1,2% em relação ao primeiro trimestre e de 13,6% na comparação com um ano antes.

A carteira ampliada pessoa física registrou crescimento de 0,6% na comparação com março de 23 e de 10% em 12 meses, alcançando R$ 302,1 bilhões.

A carteira ampliada pessoa jurídica registrou crescimento de 2,5% na comparação trimestral e de 10,4% em bases anuais, atingindo R$ 371,9 bilhões. Destaque para a carteira de micro, pequenas e médias empresas, com evolução de 1,4% no trimestre e 21,8% em 12 meses.

Para as grandes empresas, houve crescimento trimestral de 2,9% e de 9,3% em bases anuais.

A carteira ampliada do agronegócio alcançou o saldo de R$ 321,6 bilhões, um crescimento anual de 22,7%.

Provisionamento adicional para Americanas
O Banco do Brasil provisionou R$ 7,176 bilhões no segundo trimestre, alta de 143% em bases anuais e volume 22,6% maior que o registrado no primeiro trimestre.

De acordo com o banco, o crescimento foi decorrente do agravamento em linhas de créditos não consignados na carteira pessoa física e da piora de riscos na carteira pessoa jurídica. Esta última foi impactada pela elevação de nível de risco de crédito da Americanas (AMER3), saindo de risco F (50%) para o risco G (70%).

Com isso, houve provisionamento adicional para o caso e impacto negativo de R$ 338 milhões.

O índice de inadimplência para empréstimos com mais de 90 dias de atraso cresceu de 2,62%, no primeiro trimestre, para 2,73% no segundo.

“No trimestre, parte das operações de crédito com o cliente específico do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023 passou a impactar o indicador de inadimplência acima de 90 dias”, explica o banco, fazendo nova referência a Americanas. Sem este impacto, o índice ficaria em 2,65%.

Revisão de projeções
O Banco do Brasil elevou as previsões de crescimento da carteira de crédito em 2023, prevendo uma ampliação entre 9% e 13%. No guidance anterior, a previsão era de expansão entre 8% e 12%. No primeiro semestre, a carteira de crédito cresceu 15,3%.

O guidance para o crédito pessoa física foi mantido, mas o BB elevou as projeções para empresa (alta de 8% e 12% na nova projeção) e de agronegócios (expansão entre 14% e 18%).

Para a margem financeira bruta, a previsão agora é de crescimento entre 22% e 26% (ante 17% e 21%).

As projeções para provisões também foram revisadas para cima. Agora o Banco do Brasil espera provisionar entre R$ 23 bilhões e R$ 27 bilhões em 2023 – no guidance anterior, essa previsão estava entre R$ 19 bilhões e R$ 23 bilhões. No ano, até agora, foram R$ 13 bilhões provisionados.

O guidance de receita com prestação de serviços também revisado para baixo. Agora, o BB espera alta entre 4% e 8% nessa linha do balanço. Na previsão anterior, previa avanço entre 7% e 11%.

Dividendos e JCP
Junto com a divulgação dos resultados, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de mais de R$ 410 milhões em dividendos e aproximadamente R$ 1,9 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP). O pagamento será feito no dia 30 de agosto e terá como base a posição acionária do próximo dia 21. As ações vão ser negociadas a “ex” a partir do dia 22.

Fonte: InfoMoney (FEEB SC)