Neoplasia de mama é o segundo tipo de câncer mais comum para o sexo feminino, atrás apenas do câncer de pele. Mortes estão em alta (Por Rodolfo Luis Kowalski) – foto divulgação –
O Paraná deve registrar nos próximos anos, entre 2023 e 2025, um total de 36.900 casos de câncer, sendo que 3.650 desses diagnósticos (9,9% do total) serão referentes às neoplasias de mama. As estimativas, do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), servem como alerta por ocasião da campanha do Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. A doença, quando tratada adequadamente e em tempo oportuno, apresenta bom prognóstico, ou seja, alta chance de cura.
Esses números apontam que o Paraná deve ser responsável por 5% dos diagnósticos de câncer de mama em todo o país no triênio citado. No Brasil, são esperados 73.610 casos da neoplasia entre 2023 e 2025, sendo que que apenas para Curitiba a estimativa é de 770 registros (21% do total de casos novos no estado). Além disso, a taxa de incidência da doença no país é de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres, maior que o verificado no Paraná (60,76), mas bem abaixo da taxa curitibana (74,7).
“As taxas de incidência de câncer de mama estão aumentando rapidamente em países de baixo e médio desenvolvimentos, como os da América do Sul, da África e da Ásia. Esse aumento de casos está associado ao envelhecimento populacional, às mudanças no comportamento e no estilo de vida e ao sobrediagnóstico associado à difusão do rastreamento mamográfico, recomendado no Brasil de 50 a 69 anos”, apontam o Ministério da Saúde e o INCA no estudo Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil.
Ainda de acordo com os órgãos de saúde, o fator de risco mais importante é a idade acima dos 50 anos. Outros fatores de risco estão associados a condições hormonais ou reprodutivas, como nuliparidade, gravidez tardia, menos amamentação; de comportamento, como obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas, inatividade física; ocupacionais, como trabalho noturno e as radiações, por exemplo raios X e gama; além de condições genéticas e hereditárias (de 5 a 10% dos casos).
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina é o mais incidente no país e em todas as Regiões brasileiras. Já no mundo, o câncer de mama é a principal causa global de incidência, com 11,7% do total de casos. Em 2020, ocorreram cerca de 2,3 milhões de casos novos, equivalente a 24,5% de todos os cânceres em mulheres, excluído pele não melanoma.
Instituto de Oncologia lança campanha “O cuidado com o amanhã começa hoje”
Para informar a população a buscar a prevenção, o Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) lança a campanha Outubro Rosa com o lema “O cuidado com o amanhã começa hoje”. Este é um chamado para que todas as mulheres se conscientizem sobre a importância de manter a qualidade de vida e realizar exames regulares.
Um dos passos simples é o autoexame das mamas, que pode ser feito em casa de forma regular, aliado a consultas anuais com um ginecologista e exames, como a mamografia, que ajudam a detectar a doença precocemente, quando o tratamento apresenta maior efetividade.
De acordo com a Dra. Rosane do Rocio Johnsson, oncologista clínica do IOP, tratar com sucesso o câncer de mama significa livrar-se do câncer ou mantê-lo sob controle por um longo período. Contudo, como o câncer de mama é composto por muitos tipos diferentes de células cancerosas, livrar-se de todas essas células pode exigir tratamentos que podem ser combinados como: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal (terapia antiestrogênica), terapia direcionada e imunoterapia.
“Nossa mensagem é clara: o outubro Rosa é sobre cuidado, conhecimento e apoio. Juntos, estamos fortalecendo nossa determinação de enfrentar esse desafio com coragem e compaixão. Vamos em frente, abraçando o futuro com a certeza de que estamos fazendo a diferença”, afirma a médica.
Como fazer o autoexame das mamas
A Dra. Rosane Johnsson, oncologista clínica do IOP, explica ainda as etapas do autoexame das mamas. “Comece examinando os seios em um espelho com as mãos no quadril. Veja se os seios estão com tamanho, formato e cor normais, sem distorção ou inchaço. Se você observar alguma das seguintes alterações, leve-as ao conhecimento do seu médico: ondulações; enrugamentos ou protuberâncias na pele; um mamilo que mudou de posição ou um mamilo invertido (empurrado para dentro em vez de sair); vermelhidão; dor; erupção cutânea ou inchaço”, explica.
Na segunda etapa, as mulheres devem levantar os braços para procurar as mesmas mudanças. Na etapa seguinte, procure sinais de fluido mamário (tipo de uma secreção ou líquido). Em seguida, sinta os caroços nos seios enquanto está deitado e, depois, em pé ou sentado.
Mortalidade
Mortes em alta no Paraná
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, revelam ainda que o número de mulheres falecendo por conta do câncer de mama está em alta no Paraná.
Entre 2018 e 2022, 5.254 pessoas faleceram no estado em decorrência de neoplasias malignas da mama, o equivalente a 5,8% dos 90.603 óbitos causados pela doença em todo o país no mesmo período. O ano com mais óbitos foi justamente 2022, o último com dados disponíveis (e ainda preliminares), com 1.143 mortes no Paraná e 18.999 no Brasil. (Fonte: Bem Paraná)
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