A campanha salarial dos bancários é também para as pessoas que, de alguma forma, utilizam os serviços prestados pelos bancos. Seja no dia a dia, com as idas e vindas às agências, seja no momento do aperto financeiro e a dificuldade para conseguir crédito na praça ou ainda nas altas taxas de juros pagas mês a mês por milhões de brasileiros que servem apenas para elevar os lucros bilionários das empresas do setor.
Não custa lembrar que as organizações financeiras embolsaram R$ 145 bilhões em 2023. Boa parte resultados das tarifas que muitas vezes o cidadão nem sequer tem conhecimento ou do rotativo do cartão de crédito ou cheque especial, comumente recorridos nos momentos de sufoco.
Dados divulgados nos últimos dias pelo Banco Central mostram. Em junho deste ano, os juros do rotativo chegaram na casa dos 429,5% ao ano, crescimento de 7,1 pontos percentuais ante maio.
Em números concretos, se uma pessoa deve R$ 1.000,00 na fatura e não conseguir, por algum motivo, pagar o valor cheio, ao final de 12 meses vai ver a dívida explodir para R$ 5.295,00.
O cheque especial é outro problema. A modalidade atingiu 135% ao ano no mesmo período. Embora não negative o nome, o dinheiro disponibilizado pelos bancos na conta corrente dos clientes só serve para encher os cofres e dar muita dor de cabeça e noites sem dormir. Uma armadilha.
Na campanha salarial, os bancários tratam sobre os assuntos. A categoria quer o fim das demissões imotivadas e em massa, contratação de pessoal para prestar um bom serviço ao cidadão, sobretudo aquele que, por dificuldade ou opção, prefere atendimento humanizado do que o virtual.
Também reivindica a redução dos juros e tarifas para dar um alívio ao orçamento das famílias e ajudar a economia, porque com grana sobrando cresce da tendência de consumo, seja de bens duráveis ou não. Bom para o brasileiro e para o país.
Inclusive, as altas taxas cobradas pelas empresas entram na pauta das duas próximas rodadas de negociação. A primeira é terça-feira (06/08) quando também serão discutidas outras demandas econômicas, a exemplo do índice de reajuste salarial e outros direitos, como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e vales.
Fonte: Bancários Bahia (FEEB SC)