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Bradesco e Itaú vão buscar investidores na China e querem atrair chineses ao Brasil

Os dois maiores bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco, querem apostar no mercado de investimentos da China e anunciaram parcerias com grandes gestoras de recursos do país asiático, no ano em que a relação diplomática dos dois países completa 50 anos, comemorada na quinta-feira, 15, e que os fluxos de comércio têm sido crescentes. O movimento vai permitir que brasileiros invistam na China e chineses invistam no Brasil.

O Bradesco deu um passo mais concreto e, conforme antecipado ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), deve ter ainda este ano um fundo de ativos brasileiros listado na Bolsa de Xangai, provavelmente até outubro, por meio de um ETF (fundo de índice). Um fundo de índice de papéis chineses será listado na B3, disponível para qualquer investidor. A ofensiva será possível porque o banco, que administra R$ 857 bilhões em ativos sob gestão, fechou um acordo de cooperação com a China Universal Asset, gestora com US$ 178 bilhões.

“Os nossos fundos em Xangai, para dar acesso ao mercado brasileiro para o chinês, e os deles aqui, para dar acesso ao mercado chinês para o brasileiro”, explica o CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal, que vê enorme potencial na estratégia. “Acreditamos muito no mercado chinês, que tanto apresenta grandes oportunidades de investimento em setores como veículos elétricos, biotecnologia, painéis solares entre outros, quanto no interesse chinês em acessar o mercado brasileiro, que também tem setores como o de commodities, que tem apelo estratégico para a economia chinesa”, comenta o ex-secretário do Tesouro.

No Itaú, a gestora do banco quer buscar colaboração com a E Fund em “múltiplas plataformas”, de acordo com um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira. A gestora chinesa tem US$ 464 bilhões sob gestão, enquanto a Itaú Asset tem R$ 971 bilhões em ativos e mais de 2,6 milhões de clientes. O grupo chinês tem como clientes não só pessoas físicas, mas também grandes investidores institucionais, incluindo bancos centrais, fundos soberanos, fundos de pensão e seguradoras.

Fonte: Jornal do Brasil (FEEB SC)